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Internacional

Vulcão entra em erupção na Islândia e moradores são retirados

É a quinta erupção vulcânica no país em menos de três anos
Lusa*
Publicado em 14/01/2024 - 14:45
Reiquiavique (Islândia)
A volcano spews lava and smoke as it erupts in Reykjanes Peninsula, Iceland, January 14, 2024. Iceland Civil Protection/Handout via REUTERS    THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. MANDATORY CREDIT. NO RESALES. NO ARCHIVES.
© Iceland Civil Protection/REUTERS
Lusa

Uma nova erupção vulcânica foi registrada hoje (14) perto do porto de pesca de Grindavik, no sudoeste da Islândia, de onde os habitantes foram retirados com urgência durante a madrugada.

A atividade sísmica acelerou fortemente durante a noite e as poucas dezenas de habitantes que tinham se instalado em Grindavik foram retirados por volta das 3h locais, segundo a rádio e a televisão públicas islandesas.

A erupção começou por volta das 8h locais a norte de Grindavik, de acordo com o Gabinete Meteorológico Islandês (IMO). Imagens de vigilância mostram grandes fluxos de lava cor de laranja brilhante ao longo de duas fissuras.

"Uma nova fissura se abriu fora dos limites da cidade de Grindavik", declarou o instituto em novo boletim ao meio-dia.

O IMO tinha anunciado de manhã que uma primeira fissura abriu "em ambos os lados das defesas que começaram a ser construídas a norte de Grindavík", a cerca de 450 metros da cidade.

"Os habitantes foram todos retirados durante a noite e não há vidas em perigo, mas a infraestrutura pode estar em risco. Os voos não foram interrompidos", declarou o presidente islandês, Guðni Jóhannesson, em mensagem na rede social X (ex-Twitter).

Para o presidente da Câmara de Grindavik, Fannar Jónasson, a nova fissura cria outra situação mas nada pode ser feito, o que é preocupante.

Esta é a quinta erupção vulcânica na Islândia em quase três anos, tendo a anterior ocorrido na noite de 18 de dezembro na mesma região, cerca de 40 quilômetros a sudoeste da capital, Reiquiavique.

Grindavik, uma pequena cidade com 4 mil habitantes, já tinha retirado todos os habitantes em a 11 de novembro de 2023, como medida de precaução, após centenas de sismos provocados pelo deslocamento do magma sob a crosta terrestre - precursor de uma erupção vulcânica.

Os terremotos danificaram a cidade, criando grandes fissuras nas estradas, casas e edifícios públicos.

Pouco depois da erupção de 18 de dezembro, os habitantes foram autorizados a regressar brevemente às suas casas e, cinco dias depois, de forma permanente, antes de serem novamente retirados na madrugada de hoje. Apenas algumas dezenas de moradores regressaram hoje de manhã às suas casas, mas de forma muito breve.

As autoridades locais tinham determinado, nesse sábado à noite, que os habitantes abandonassem a localidade até segunda-feira, devido à atividade sísmica e ao impacto nas fendas existentes na cidade. Por isso, tiveram de acelerar o ritmo de saída durante a noite.

A decisão surge na sequência do desaparecimento, na quarta-feira (10), de um islandês de 51 anos que trabalhava no preenchimento de uma fenda em um jardim privado quando o solo cedeu subitamente sob seus pés.

Após 48 horas de buscas intensas, as autoridades decidiram suspendê-las na sexta-feira à noite, devido ao fato de a área ser muito perigosa. O homem, que ainda não foi encontrado, tinha caído mais de 30 metros numa fenda.

Na mesma região, as autoridades estão atentas à central geotérmica de Svartsengi, que fornece eletricidade e água a cerca de 30 mil pessoas e cujas instalações estão protegidas por um muro.

"O que conta é onde a lava flui. Agora é muito importante monitorá-la", explicou Kristín Jónsdóttir, especialista da IMO.

Até a erupção de março de 2021, a península de Reykjanes, ao sul da capital, foi poupada de erupções durante oito séculos.

Desde então registraram-se mais quatro erupções – em agosto de 2022, julho e 18 de dezembro de 2023 e na manhã de hoje – o que os especialistas acreditam ser sinal de nova atividade vulcânica na área.

Quatro dias após a erupção de 18 de dezembro, as autoridades declararam que a atividade vulcânica tinha cessado, mas não puderam dizer se tinha terminado, devido a possíveis fluxos de lava subterrâneos.

A Islândia, terra de fogo e gelo e a região mais vulcânica da Europa, conta com 33 sistemas considerados ativos.

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