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Internacional

Fome severa atinge mais de 48,2 milhões de pessoas na África Oriental

Região também sofre uma das maiores crises de deslocamento
Lusa*
Publicado em 15/03/2024 - 09:35
Nairobi
O agravamento das secas na África Ocidental é uma das grandes consequências das mudanças climáticas
© Foto ONU/Ilyas Ahmed
Lusa

Mais de 48,2 milhões de pessoas sofrem de fome severa na África Oriental, onde as necessidades humanitárias se agravaram no último ano devido a fenômenos climáticos, conflitos, surtos de doenças ou crises econômicas, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (15)..

"Em fevereiro de 2024, mais de 48,2 milhões de pessoas, sobretudo na Etiópia, no Quênia, na Somália, no Sudão do Sul e Sudão, sofriam de fome severa", informou o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (Ocha).

O fenômeno climático El Niño, uma mudança na dinâmica atmosférica causada pelo aumento da temperatura do Oceano Pacífico, levou a condições mais úmidas que provocaram inundações na maior parte da região durante o último trimestre de 2023.

Esse fato, segundo o Ocha, agravou ainda mais a situação nas áreas que não tinham se recuperado das consequências da seca severa e prolongada de 2021 a meados de 2023, a pior dos últimos 40 anos.

A organização lembrou que a região sofre também uma das maiores crises de deslocamento do mundo, com pelo menos 17 milhões de pessoas deslocadas internamente e 5,1 milhões de refugiados ou requerentes de asilo.

"O conflito é o principal fator de deslocamento, com mais de 6 milhões de pessoas fora de suas casas no Sudão até janeiro de 2024 e 4,6 milhões de deslocados internos na Etiópia", afirma o gabinete das Nações Unidas.

Além disso, a crise produziu surtos de doenças como a cólera, o sarampo e a malária, em um contexto de insegurança alimentar e desnutrição.

Só em fevereiro foram notificados mais de 80 mil casos de cólera e quase 34 mil de sarampo numa região que cobre o Burundi, a Etiópia, o Quênia, a Somália, o Sudão, Sudão do Sul e a Tanzânia.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a crise climática é fator de agravamento, uma vez que muitos surtos de infecção intestinal se seguem a desastres naturais como inundações, ciclones e secas, devido à falta de água potável.

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