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Internacional

OMS: Cerca de 9 mil doentes precisam de resgate médico urgente em Gaza

Alerta é do diretor-geral da organização Tedros Ghebreyesus Adhanom
Agência Lusa*
Publicado em 30/03/2024 - 12:46
JERUSALÉM
FILE PHOTO: World Health Organization chief Tedros Adhanom Ghebreyesus attends a ceremony to launch a multiyear partnership with Qatar on making FIFA Football World Cup 2022 and mega sporting events healthy and safe at the WHO headquarters, in Geneva, Switzerland, October 18, 2021. Fabrice Coffrini/ Pool via REUTERS/File Photo
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Lusa

Cerca de 9 mil pacientes da Faixa de Gaza devem ser retirados com urgência para tratamento, no momento em que o território palestino conta com apenas 10 hospitais funcionando minimamente, alertou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Com apenas 10 hospitais operando com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde", alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus Adhanom, em uma publicação nas redes sociais.

Antes da guerra, Gaza tinha 36 hospitais, segundo dados da OMS.

"Cerca de 9 mil pacientes precisam ser transferidos urgentemente para o estrangeiro para serviços de saúde vitais, incluindo tratamento de câncer, ferimentos causados por bombardeios, diálise renal e outras doenças crônicas", disse o responsável.

Este número corresponde a mil pacientes a mais do que na última contagem da OMS, no início do mês.

Desde 7 de outubro e do ataque sem precedentes do Hamas ao território israelense, Israel prometeu eliminar o movimento islâmico. Para isso, tem levado a cabo bombardeios intensos em território palestino, que danificaram parcialmente a estrutura sanitária.

Há várias semanas, acontecem combates violentos em terra que, por vezes, atingem hospitais ou as imediações, que também servem de abrigo a milhares de habitantes de Gaza que perderam suas casas ou fogem dos combates.

O território está sujeito a um bloqueio quase total e organizações, como a ONU, acusam Israel de não facilitar a entrada da ajuda humanitária, da qual depende a maior parte dos cerca de 2,4 milhões de habitantes que ainda vivem em Gaza e estão concentrados principalmente no sul, dentro e ao redor da cidade de Rafah.

O ataque do Hamas em Israel resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, principalmente civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou hoje um novo número de 32.705 pessoas mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra e 75.190 feridas. As vítimas são principalmente mulheres e crianças, segundo o Hamas.

O diretor-geral da OMS disse que até agora "mais de 3,4 mil pacientes foram encaminhados para fora do enclave, via Rafah, incluindo 2.198 feridos e 1.215 doentes".

"Mas muitos mais precisam ser transferidos. Instamos Israel a agilizar as aprovações para evacuações [de locais], para que os pacientes críticos possam ser tratados. Cada momento conta", pediu o responsável.

Antes do início da guerra, em 7 de outubro, 50 a 100 pacientes eram transferidos por dia de Gaza para Jerusalém Oriental e para a Cisjordânia, metade dos quais estava em tratamento oncológico.

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