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Internacional

México descarta ação contra a representação diplomática do Equador

Embaixada mexicana em Quito foi invadida pela polícia equatoriana
Raul Cortes - Reuters
Publicado em 08/04/2024 - 21:33
Cidade do México
Ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, em coltiva de imprensa em Mazatlán, México
08/04/2024
Presidência do México/via REUTERS
© Presidência do México
Reuters

O governo mexicano disse nesta segunda-feira que não tomará medidas contra a missão diplomática do Equador após o rompimento das relações bilaterais na esteira da invasão de sua embaixada em Quito na sexta-feira, e anunciou que prepara queixas a órgãos internacionais.

Policiais e soldados entraram à força na sede diplomática mexicana no Equador para prender o ex-vice-presidente, Jorge Glas, condenado por corrupção, que recebeu asilo político do México após meses abrigado no local.

"Não vamos tomar nenhuma medida dessa natureza", disse a chanceler Alicia Bárcena, em entrevista coletiva, questionada sobre a situação do chefe da missão diplomática do Equador na capital mexicana, Luis Gustavo Espinosa, após o incidente. 

"A Secretaria de Governo pediu calma e que as manifestações, se houver alguma, sejam pacíficas", disse a ministra. 

Na mesma entrevista, o presidente Andrés Manuel López Obrador agradeceu a decisão da Nicarágua de romper relações com o Equador e as demonstrações de solidariedade de governos de várias nações latino-americanas, que se somaram às dos Estados Unidos, Canadá e União Europeia.

Bárcena anunciou que o México escreveu ao Secretário Geral das Nações Unidas solicitando que o caso seja levado à Assembleia Geral da ONU e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Além disso, duas reuniões especiais foram convocadas na Organização dos Estados Americanos (OEA) na terça e quarta-feira para discutir o incidente, a primeira a pedido do Equador e a segunda, da Colômbia e do Chile.

Além de agradecer a solidariedade internacional ao México, López Obrador reiterou que a invasão da embaixada mexicana foi uma "violação flagrante" da soberania do país, do direito de asilo e das leis internacionais.

"Foi um ato autoritário, inacreditável, às vezes é ruim usar exemplos, mas nem mesmo Pinochet, o temível Pinochet e outros ousaram fazer isso", denunciou, referindo-se ao ditador chileno Augusto Pinochet.

Mais cedo, a ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, disse que o México violou a Convenção de Viena e a convenção de asilo ao aceitar Glas em sua embaixada.

(Reportagem de David Alire e Raúl Cortés Fernández)

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