Às vésperas de possível extradição, Lula pede liberdade de Assange
![REUTERS/Peter Nicholls/Proibida reprodução FILE PHOTO: WikiLeaks founder Julian Assange is seen on the balcony of the Ecuadorian Embassy in London, Britain, May 19, 2017. REUTERS/Peter Nicholls/File Photo](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a pedir neste domingo (19) a libertação do jornalista Julian Assange, preso no Reino Unido e acusado de espionagem pelos Estados Unidos da América (EUA).
O fundador do site WikiLeaks aguarda a decisão do Supremo Tribunal de Londres nesta segunda-feira (20) que pode extraditá-lo para os EUA.
Lula afirmou que o jornalista deveria ter sido premiado por revelar "segredos dos poderosos" ao invés de estar preso: "espero que a perseguição contra Assange termine e ele volte a ter a liberdade que merece o mais rápido possível."
Julian Assange, o jornalista que deveria ter ganhado o Prêmio Pulitzer ao revelar segredos dos poderosos, ao invés disso está preso há 5 anos na Inglaterra, condenado ao silêncio de toda a imprensa que deveria estar defendendo a sua liberdade como parte da luta pela liberdade de…
— Lula (@LulaOficial) May 19, 2024
Acusação
Assange enfrenta 18 acusações baseadas na Lei de Espionagem dos EUA. Se condenado, pode pegar até 175 anos de prisão.
Ele é acusado por ter revelado 250 mil documentos militares e diplomáticos confidenciais que revelaram crimes de guerra e abusos de direitos humanos ocorridos nas guerras do Afeganistão e do Iraque.
As autoridades estadunidenses querem condenar Assange argumentando que suas ações no WikiLeaks prejudicaram a segurança nacional dos EUA, colocando em perigo a vida de agentes norte-americanos, segundo a Reuters.
A possível extradição do jornalista é criticada por organizações de jornalistas e entidades de direitos humanos.
“As acusações com motivação política representam um ataque sem precedentes à liberdade de imprensa e ao direito do público à informação – procurando criminalizar a atividade jornalística básica”, afirma a campanha FreeAssange, liderada pela esposa do jornalista, Stella Assange.
Repercussão
A organização de direitos humanos Anistia Internacional considera que a extradição do jornalista é um “devastador” ataque à liberdade de imprensa.
“A publicação de conteúdos do interesse público é uma pedra angular da liberdade dos meios de comunicação social. Extraditar Julian Assange para que enfrente alegações de espionagem por publicar informação classificada estabeleceria um precedente perigoso e deixaria muitos jornalistas apreensivos e inseguros em todo o mundo”, disse Agnés Callamard, secretária-geral da Anistia.
A extradição também foi criticada pelo ex-relator especial das Nações Unidas sobre Tortura, Nils Melzer, que chegou a pedir aos EUA que abra mão das denúncias contra Assange.
“O caso é um enorme escândalo e representa o fracasso do Estado de direito ocidental. Se Julian Assange for condenado, será uma sentença de morte para a liberdade de imprensa”, afirmou o especialista em direitos humanos.
![Reuters/Dawoud Abu Alkas/Proibida reprodução A Palestinian man reacts while riding a horse-drawn cart as he returns to his devastated neighborhood, following a ceasefire between Israel and Hamas, in Jabalia in the northern Gaza Strip, January 19, 2025. REUTERS/Dawoud Abu Alkas TPX IMAGES OF THE DAY](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
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