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Internacional

ONU põe forças israelenses em lista de criminosos que vitimam crianças

Na quinta, Israel atacou uma escola da ONU em Gaza matando dezenas
Graça Andrade Ramos – repórter da RTP
Publicado em 07/06/2024 - 14:23
JERUSALÉM
Soldado israelense durante operação militar na Faixa de Gaza
27/12/2023 Forças Israelenses de Defesa/Divulgação via REUTERS
© Forças Israelenses de Defesa/Divulgação via REUTERS
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Israel foi notificado de que as suas Forças de Defesa (IDF) foram incluídas pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em uma lista mundial de responsáveis por crimes contra crianças.

A lista faz parte de um relatório sobre menores e conflitos armados que deverá ser apresentada ao Conselho de Segurança da ONU no próximo dia 14 de junho.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu reagiu: "a ONU se colocou na lista negra da história, quando se uniu aos que apoiam os assassinos do Hamas."

"As IDF são o exército mais moral da história", acrescentou Netanyahu, ecoando termos utilizados pelo enviado de Israel às Nações Unidas, Gilad Erdan.

Erdan disse ter sido notificado nesta sexta-feira (7) e disse estar "completamente chocado e indignado com esta decisão vergonhosa", descrevendo as Forças de Defesa de Israel como "o exército mais moral no mundo".

Por sua vez, o ministro israelense dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, afirmou que a decisão de incluir as forças militares do país naquela que é conhecida como "lista da vergonha", vai "impactar as relações de Israel com a ONU".

Ataque a escola

Nesta quinta-feira (6), António Guterres afirmou-se "devastado" com um ataque israelense a uma escola da ONU em Gaza, que fez dezenas de mortos.

O secretário-geral das Nações Unidas lamentou ainda que a organização seja incapaz de garantir a segurança e proteção dos seus funcionários.

Este não é a primeira vez que Guterres critica Israel devido às suas operações militares na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 e ao seu impacto junto da população civil.

Os bombardeios na Faixa de Gaza e os combates devastaram o enclave e provocaram uma crise humanitária de proporções inauditas.

De acordo com fontes do Hospital dos Mártires de al Aqsa, perto da escola administrada pela Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), pelo menos 40 pessoas morreram no ataque, que teria usado armamento fornecido pelos Estados Unidos da América a Israel.

Israel afirma que a escola abrigava uma base do Hamas, que operava a partir do local, tendo confirmado a autoria do ataque.

O tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz das IDF, afirmou ainda que o exército "desconhecia quaisquer vítimas civis".

Israel considera a UNRWA em Gaza uma extensão do Hamas, o grupo islamita palestino responsável pela invasão e ataque a Israel no dia 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1,2 mil israelenses, na sua maioria civis, foram brutalmente assassinados.

O ataque expôs décadas de violência entre Israel e o Hamas, que administra a Faixa de Gaza e que regularmente bombardeia Israel com mísseis. Também desencadeou a guerra mais grave do Oriente Médio desde o início do século XXI.

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