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Internacional

Afeganistão celebra Dia da Independência sob restrições dos talibãs

Comemorações foram limitadas à esfera privada e às redes sociais
Lusa*
Publicado em 18/08/2024 - 14:46
Cabul
Soldados do Taliban em cerimônia do Taliban em Cabul
 15/8/2023    Reuters/Ali Khara/Proibida reprodução
© Reuters/ALI KHARA/Proibida reprodução
Lusa

O Afeganistão celebra hoje o 105º aniversário de sua independência do império britânico sob fortes restrições dos talibãs, que limitaram as comemorações à esfera privada e às redes sociais, e condenaram a intervenção internacional durante o regime anterior.

Não há celebrações públicas da data. É proibida a utilização da bandeira nacional afegã - em uso até a chegada dos talibãs ao poder -, do hino nacional e de canções patrióticas, segundo a agência Efe.

Por isso, a maior parte das iniciativas foi realizada em área privado ou sob a forma de mensagens festivas nas redes sociais. Antes da chegada dos fundamentalistas, os afegãos celebravam este dia com grandes eventos públicos e governamentais, desfiles e o hino nacional ou música tradicional.

O único evento público ocorreu no Ministério da Defesa, onde altos funcionários e ministros do governo dos talibãs aproveitaram a ocasião para condenar a intervenção internacional no país durante o regime anterior (1996-2001).

O Afeganistão foi libertado do domínio britânico em 1919 sob a liderança do rei Ghazi Amanullah Khan, uma figura de grande importância na sociedade afegã, mas criticada pelos talibãs, que consideram que ele contribuiu para a ocidentalização do país.

No entanto, desde que os talibãs chegaram ao poder, em agosto de 2021, têm criticado abertamente e denegrido o seu legado. Nesse período, apagaram imagens nas ruas, e a ministra do Ensino Superior talibã, Neda Mohammad Nadim, culpou-o em 2022 de ser responsável por levar a educação feminina, “um conceito estrangeiro”, para o país.

Em 15 de agosto de 2021, os talibãs entraram em Cabul sem resistência, provocando a fuga do governo e o colapso da coligação ocidental liderada pelos Estados Unidos, que os tinha expulsado do poder 20 anos antes.

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