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Internacional

Ao menos 91 morrem em confrontos em Bangladesh

Governo declara toque de recolher por tempo indeterminado
Ruma Paul - Reuters
Publicado em 05/08/2024 - 08:18
Daca (Bangladesh)
Pessoas celebram renúncia da premiê Hasina em Daca
 5/8/2024   REUTERS/Mohammad Ponir Hossain
© Reuters/Mohammad Ponir Hossain/Proibida reprodução
Reuters

Pelo menos 91 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas em confrontos em Bangladesh nesse domingo (4), quando a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar dezenas de milhares de manifestantes que pediam a renúncia da primeira-ministra, Sheikh Hasina.

O governo declarou um toque de recolher por tempo indeterminado em todo o país a partir das 18h locais de ontem, a primeira vez que tomou essa medida durante os protestos atuais que começaram no mês passado. O governo também anunciou um feriado geral de três dias a partir desta segunda-feira (5).

A agitação, que fez com que o governo fechasse os serviços de Internet, é o maior teste para Hasina desde janeiro, quando protestos mortais eclodiram depois que ela conquistou seu quarto mandato consecutivo em eleições boicotadas pelo Partido Nacionalista de Bangladesh, principal partido de oposição.

Protestos contra o governo de Bangladesh na capital do país, Daca
04/08/2024 REUTERS/Mohammad Ponir Hossain
Protestos contra o governo de Bangladesh na capital do país. Foto:Reuters/Mohammad Ponir Hossain/Proibida reprodução

Os críticos de Hasina, juntamente com grupos de direitos humanos, acusaram seu governo de usar força excessiva para reprimir o movimento, uma acusação que ela e seus ministros negam.

Os manifestantes bloquearam as principais rodovias neste domingo, quando os estudantes lançaram um programa de não cooperação para pressionar pela renúncia do governo, e a violência se espalhou por todo o país.

"Aqueles que estão protestando nas ruas neste momento não são estudantes, mas terroristas que querem desestabilizar a nação", disse Hasina após uma reunião do painel de segurança nacional, da qual participaram os chefes do Exército, da Marinha, da Força Aérea, da polícia e de outras agências.

"Faço um apelo aos nossos compatriotas para que reprimam esses terroristas com mão de ferro."

Delegacias de polícia e escritórios do partido governista foram alvos da violência que abalou o país de 170 milhões de habitantes.

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