Negociações sobre cessar-fogo em Gaza são paralisadas
As conversações sobre um acordo de cessar-fogo em Gaza foram interrompidas nesta sexta-feira (16) em Doha, no Catar. Os negociadores devem se reunir novamente na próxima semana em busca de um acordo para acabar com os combates entre Israel e o Hamas e libertar os reféns restantes.
Em declaração conjunta, os Estados Unidos, o Catar e Egito disseram que Washington havia apresentado nova proposta que se baseia em pontos considerados na semana passada, fechando as lacunas entre os lados de uma forma que poderia permitir a rápida implementação de um acordo.
Os mediadores disseram que continuarão a trabalhar na proposta nos próximos dias.
"O caminho agora está definido para esse resultado, salvando vidas, trazendo alívio para o povo de Gaza e diminuindo as tensões regionais", afirmaram eles na declaração.
Uma autoridade israelense disse que sua delegação em Doha está voltando para casa nesta sexta-feira, e que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deveria se encontrar com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na segunda-feira (19).
A mais recente rodada de conversações para acabar com a guerra em Gaza, que matou dezenas de milhares de palestinos, começou entre Israel e mediadores nessa quinta-feira. O grupo militante palestino Hamas não estava diretamente envolvido nas negociações, mas foi informado sobre o progresso.
Entre os pontos de atrito estão a insistência de Israel de que a paz só será possível se o Hamas for destruído, e o Hamas disse que só aceitará um cessar-fogo permanente, e não temporário.
Outras dificuldades incluem a sequência de um acordo, o número e a identidade dos prisioneiros palestinos a serem libertados juntamente com os reféns israelenses, o controle da fronteira entre Gaza e o Egito e a livre circulação dos palestinos dentro de Gaza.
Durante a noite, as forças israelenses bombardearam alvos em toda a pequena e lotada Gaza e emitiram novas ordens para que as pessoas deixassem as áreas anteriormente designadas como zonas seguras para civis. Elas afirmam que o Hamas havia usado essas áreas para disparar morteiros e foguetes contra Israel.
O conflito começou em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.
A campanha militar de Israel reduziu grande parte de Gaza a escombros e matou mais de 40 mil palestinos, a maioria civis, de acordo com as autoridades de saúde palestinas. Israel afirma ter eliminado 17 mil combatentes do Hamas.
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