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Internacional

Fed reduz juros em 0,5 ponto e cita "maior confiança" na inflação

Taxa básica estava entre 5,25% e 5,5% desde julho do ano passado
Howard Schneider e Ann Saphir – Repórteres da Reuters
Publicado em 18/09/2024 - 17:25
Washington
Sede do Federal Reserve em Washington
03/04/2012. Reuters/Joshua Roberts/Proibida reprodução
© REUTERS/Joshua Roberts/Proibida reprodução
Reuters

O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira (18), dando início ao que se espera que seja um ciclo firme de flexibilização da política monetária, com uma redução maior do que a habitual nos custos de empréstimos, em movimento que vem após crescente inquietação com a saúde do mercado de trabalho.

"O Comitê [Federal de Mercado Aberto] adquiriu maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2% e julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão mais ou menos equilibrados", disseram formuladores de política monetária em sua declaração, que teve a divergência da diretora Michelle Bowman, que defendeu um corte de apenas 0,25 ponto percentual.

Os formuladores de política monetária veem a taxa de referência do Fed caindo mais 0,5 ponto percentual até o final deste ano, 1 ponto percentual em 2025 e mais 0,5 ponto percentual em 2026, chegando a uma faixa de 2,75% a 3%.

O ponto final reflete um ligeiro aumento, de 2,8% para 2,9%, na taxa básica de longo prazo, considerada uma posição "neutra". que não incentiva nem desestimula a atividade econômica.

Embora a inflação "permaneça um pouco elevada", o comunicado do Fed diz que as autoridades optaram por reduzir a taxa básica para a faixa de 4,75% a 5% "à luz do progresso da inflação e do equilíbrio dos riscos".

O Fed "está preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a realização das metas do Comitê", com atenção para "ambos os lados de seu mandato duplo" de preços estáveis e pleno emprego.

O presidente do Fed, Jerome Powell, explicará, em entrevista coletiva, a decisão de política monetária e as perspectivas econômicas. A reunião do banco central nesta semana foi a última antes de os eleitores norte-americanos irem às urnas no que se espera que seja uma eleição presidencial acirrada nos Estados Unidos em 5 de novembro.

O tamanho do corte inicial provavelmente levantará questões sobre a estratégia do Fed e se os formuladores de política monetária estão apenas tentando levar em conta o rápido declínio da inflação desde o ano passado, ou se estão tratando de preocupações entre algumas autoridades de que o mercado de trabalho dos EUA pode estar se enfraquecendo mais rapidamente do que o desejado ou necessário para garantir que a inflação retorne totalmente à meta de 2% do Fed.

Atualmente, a inflação está cerca de 0,5% acima dessa meta, e as novas projeções econômicas mostram que a taxa anual de aumento do índice PCE (índice de preço de consumo pessoal) está caindo para 2,3% até o final deste ano e para 2,1% até o final de 2025.

A taxa de desemprego deve terminar este ano em 4,4%, mais alta do que os atuais 4,2%, e permanecer assim até 2025. O crescimento econômico é visto em 2,1% até 2024 e 2% no próximo ano, mesmos patamares da última rodada de projeções emitidas em junho.

O Fed manteve a taxa básica na faixa de 5,25% a 5,5% desde julho de 2023, quando a inflação caiu de um pico em 40 anos para um nível que agora está se aproximando da meta do Banco Central.

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