logo Agência Brasil
Internacional

Uso de mísseis pela Ucrânia é tema de encontro entre Biden e Starmer

Líderes dos EUA e do Reino Unido se reúnem em Washington
Joana Raposo Santos – Repórter da RTP
Publicado em 13/09/2024 - 11:09
Lisboa
Líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Keir Starmer, caminha em supermercado em Wiltshire, durante evento de campanha
19/06/2024 REUTERS/Hannah McKay
© REUTERS/Hannah Mckay/Proibida reprodução
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, se reúne nesta sexta-feira (13) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington. Na pauta, deverão estar os próximos passos de apoio à Ucrânia, incluindo a possibilidade de autorizar Kiev a utilizar mísseis de longo alcance em território russo.

A Ucrânia vêm pedindo aos seus aliados que levantem essas restrições para poder atacar alvos militares considerados "legítimos" em território russo. Dentre os alvos estão as bases aéreas de onde decolam aviões usados para bombardear o território ucraniano.

Vladimir Putin já alertou, porém, que permitir que a Ucrânia ataque o território russo com mísseis de longo alcance significaria que "os países da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] estão em guerra com a Rússia" e que "isso iria alterar a própria natureza do conflito".

Já no avião a caminho de Washington, Keir Starmer reagiu às declarações de Putin, frisando que foi a Rússia que iniciou o conflito ao invadir ilegalmente a Ucrânia. “A Rússia pode acabar com este conflito imediatamente”, afirmou.

Nesta semana, o presidente dos EUA disse que está "trabalhando" para autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia. Segundo a imprensa britânica, Joe Biden está disposto a permitir que Kiev utilize mísseis britânicos e franceses com tecnologia americana, mas não os mísseis norte-americanos.

Atualmente, Washington permite que Kiev ataque apenas alvos russos nas zonas ocupadas da Ucrânia e alguns nas regiões de fronteira, diretamente ligadas às operações de combate da Rússia.

Biden tem apoiado firmemente a Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, fornecendo bilhões de dólares em ajuda. No entanto, tem-se mostrado relutante em acelerar o fornecimento de armas, com a Ucrânia tendo de esperar até este ano para receber os aguardados caças F-16.

A visita de Starmer a Washington nesta sexta-feira é a segunda, desde que tomou posse em julho. "São reuniões estratégicas para discutir a Ucrânia e o Oriente Médio", afirmou o líder britânico na quinta-feira (11).

Tensão crescente

A reunião acontece depois de os chefes da diplomacia americana e britânica, Antony Blinken e David Lammy, terem realizado uma rara visita conjunta a Kiev, esta semana.

"Vamos nos adaptar conforme necessário, especialmente no que diz respeito aos meios de que a Ucrânia dispõe para se defender eficazmente contra a agressão russa", disse então o secretário de Estado norte-americano.

Diante deste cenário de tensões crescentes, o Serviço Federal de Segurança da Rússia anunciou hoje que retirou as credenciais de seis diplomatas da embaixada britânica em Moscou por suspeita de espionagem.

A reunião desta sexta ocorre durante a campanha presidencial nos Estados Unidos. No debate desta semana entre a candidata democrata Kamala Harris e seu rival republicano Donald Trump, este prometeu que, se fosse eleito, iria concretizar um acordo para acabar com a guerra, mas em nenhum momento disse esperar a Ucrânia vença.

Já Harris prometeu continuar a apoiar fortemente a Ucrânia, seguindo a estratégia da administração Biden.