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Internacional

Oficial da ONU diz que ataques no Líbano violam direito humanitário

Chefe de refugiados pede que envolvidos parem com a "carnificina"
Timour Azhari - Repórter da Reuters
Publicada em 06/10/2024 - 21:26
Brasília
Líbano, 6/10/ 2024. Fumaça e chamas sobem nos subúrbios ao sul de Beirute, após ataques aéreos israelenses, em meio às hostilidades em curso entre o Hezbollah e as forças israelenses, como visto de Sin El Fil, REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
© AMR ABDALLAH DALSH
Reuters

O chefe de refugiados da Organização das Nações Unidas, Filippo Grandi, disse neste domingo (6) que os ataques aéreos no Líbano violaram o direito internacional humanitário ao atingir infraestrutura civil e matar civis, em referência ao bombardeio de Israel no país.

“Infelizmente, há muitos casos de violações da lei humanitária internacional na forma como os ataques aéreos são conduzidos, destruindo ou danificando a infraestrutura civil, matando civis e afetando as operações humanitárias”, disse ele a jornalistas em Beirute.

Grandi está no Líbano enquanto o país lida com o deslocamento de mais de 1,2 milhão de pessoas como resultado de uma operação aérea e terrestre israelense ampliada que, segundo Israel, tem como alvo o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã.

Anteriormente, os combates se limitavam principalmente à área de fronteira entre Israel e Líbano, paralelamente à guerra de Israel em Gaza contra o grupo palestino Hamas.

Grandi disse que todas as partes envolvidas no conflito e aqueles que têm influência sobre elas deveriam “parar com essa carnificina que está acontecendo hoje tanto em Gaza quanto no Líbano”.

Mais de 2.000 pessoas foram mortas e quase 10.000 ficaram feridas no Líbano em quase um ano de combates, a maioria nas últimas duas semanas, segundo o Ministério da Saúde libanês. Israel afirma que cerca de 50 civis e soldados foram mortos.

Israel diz que tem como alvo instalações militares e que toma medidas para mitigar o risco de danos aos civis, enquanto as autoridades libanesas dizem que civis têm sido alvos.

Israel acusa tanto o Hezbollah como o Hamas de se esconderem entre os civis, o que é negado pelos dois grupos.