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Internacional

Homens armados atacam hospital no Haiti e violência não diminui

Quatro salas de cirurgia foram destruídas
Harold Isaac e Aida Pelaez-Fernandez - Repórteres da Reuters*
Publicado em 18/12/2024 - 10:12
Porto Príncipe
Pessoas caminham em rua de Porto Príncipe
 19/3/2024    Reuters/Ralph Tedy Erol/Proibida reprodução
© REUTERS/Ralph Tedy Erol/Proibida reprodução
Reuters

Homens armados atacaram e destruíram parcialmente um hospital em Porto Príncipe, capital do Haiti, disse um diretor de hospital à Reuters nessa terça-feira (18), em meio a uma onda de violência que levou a organização Médicos Sem Fronteiras a suspender suas operações no país no mês passado.

Os homens incendiaram o Hospital Bernard Mevs na noite de segunda-feira, destruindo quatro salas de cirurgia e todos os equipamentos de laboratório, disse o diretor do hospital, que pediu para não ser identificado.

Nenhum paciente ou funcionário foi ferido no ataque porque o hospital havia sido esvaziado após ameaças de um líder de gangue local.

A agência de assuntos humanitários da ONU alertou neste ano que o sistema de saúde do Haiti estava "quase em colapso", com a violência, cada vez mais, colocando em perigo médicos e serviços de assistência.

Em comunicado, o governo interino do Haiti disse que "condena veementemente" o ataque ao hospital, acrescentando que recursos serão fornecidos para permitir que a instalação retome as operações, prometendo enviar a polícia para garantir a segurança.

No mês passado, o grupo de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras foi forçado a interromper temporariamente as operações em Porto Príncipe, após ataque a uma de suas ambulâncias e subsequente assédio e ameaças da polícia. A organização retomou parcialmente as operações na semana passada.

O hospital confirmou, em mensagem no WhatsApp, que havia sofrido um ataque.

O governo haitiano, dilacerado por disputas políticas internas, tem se esforçado para conter o crescente poder das gangues na capital e em seus arredores. Os grupos armados são acusados de assassinatos indiscriminados, estupros, sequestros com resgate e de alimentar a escassez de alimentos.

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