logo Agência Brasil
Internacional

AIEA: ataque de Israel atingiu diretamente usina subterrânea do Irã

Agência das Nações Unidas avalia danos a instalações nucleares
Francois Murphy – Repórter da Reuters
Publicado em 17/06/2025 - 14:13
Viena
Bandeira da AIEA em sua sede em Viena
 16/6/2025   REUTERS/Elisabeth Mandl
© Reuters/Elisabeth Mandl/direitos reservados
Reuters

Um ataque militar israelense contra o complexo nuclear iraniano de Natanz atingiu diretamente a usina subterrânea de enriquecimento de urânio, disse a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta terça-feira (17), revisando sua avaliação depois de informar inicialmente que ela havia sido atingida apenas indiretamente.

Desde que Israel atacou amplamente o Irã na sexta-feira (13), a AIEA tem fornecido atualizações sobre sua avaliação dos danos às instalações nucleares, embora não tenha sido capaz de realizar inspeções locais.

A AIEA havia dito anteriormente que uma usina piloto de enriquecimento acima do solo em Natanz foi destruída, mas que a usina subterrânea maior não tinha sido atingida diretamente, embora o chefe da AIEA, Rafael Grossi, tenha dito na segunda-feira (16) que suas centrífugas provavelmente foram muito danificadas por um ataque à fonte de alimentação da usina.

No entanto, nesta terça-feira, a AIEA afirmou na rede social X:

"Com base na análise contínua de imagens de satélite de alta resolução coletadas após os ataques de sexta-feira, a AIEA identificou elementos adicionais que indicam impactos diretos nas salas de enriquecimento subterrâneas em Natanz."

A agência disse que não houve "nenhuma mudança a ser relatada" nas outras duas importantes instalações nucleares do Irã, Isfahan e Fordow.

Grossi declarou na segunda-feira que tinha pouco ou nenhum dano aparente em Fordow, onde o Irã enriquece urânio até 60%, próximo ao grau de 90% para armas, em uma usina escavada profundamente em uma montanha.

No complexo nuclear de Isfahan, várias instalações foram destruídas, incluindo a usina do Irã que converte urânio em uma forma na qual ele poderia ser alimentado em centrífugas para enriquecimento, informou a AIEA.