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Justiça

MPRJ pede prisão de médica por morte de paciente submetida a lipo

Procedimento estético foi feito em agosto de 2020
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 16/08/2023 - 08:02
Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou e pediu a prisão preventiva, nessa terça-feira (15), da médica colombiana Eliana Maria Jimenez Diaz pela morte da paciente Adjane Marinho dos Santos, após procedimento estético realizado em agosto de 2020. Em junho deste ano, Eliana foi denunciada pela morte de outra paciente.

O promotor de Justiça Sauvei Lai avalia que a denunciada assumiu o risco de causar a morte da vítima na cirurgia, porque já havia provocado outro óbito recentemente ao realizar procedimentos estéticos, “demonstrando assim indiferença quanto ao resultado morte que poderia ser produzido com as cirurgias”.

Eliana Jimenez foi contratada pela vítima para a realização de uma lipoaspiração realizada em 11 de agosto de 2020. No dia seguinte, a paciente recebeu alta hospitalar, mesmo com sangramento e anemia. Como sentia fortes dores, na madrugada seguinte foi levada para um hospital, onde foi constatado que Adjane dos Santos apresentava perfuração do intestino grosso e delgado, bem como pancreatite aguda. Os familiares da vítima foram comunicados pela direção do hospital que o óbito ocorreu por erro médico.

Ao encaminhar a denúncia e o novo pedido de prisão para a 2ª Vara Criminal da Capital, o promotor destaca o risco de manter em liberdade a denunciada, tendo em vista “outros procedimentos investigatórios em que a atuação profissional da médica se mostrou extremamente grave, a ponto de causar a morte de duas pacientes”.

Outra morte

Eliana Jimenez Diaz é acusada também da morte da cozinheira Ingrid Ramos Ferreira de 41 anos, após procedimento estético realizado em 12 de junho deste ano. A paciente morreu horas depois de ter sido submetida a uma abdominoplastia. A paciente chegou a ser socorrida pelo Serviço de Assistência Médica de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu antes de ser levada para um hospital. Ela estava acompanhada do filho de 14 anos, que ligou para a família. Quando o irmão e a cunhada de Ingrid chegaram à clínica, ela já estava morta.

A médica colombiana chegou a ser ouvida pela polícia, mas foi liberada em seguida.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica recomenda que procedimentos estéticos como a abdominoplastia sejam realizados em hospitais e não em clínicas que, geralmente, não têm suporte para casos mais graves. A cirurgia plástica consiste em remover determinado volume de gordura e excesso de pele na região do abdômen.

Sindicância

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informa que há uma sindicância em andamento em nome da médica colombiana  Eliana Maria Jimenez Diaz com relação ao caso de Ingrid Ramos Ferreira. Este procedimento corre em sigilo, seguindo os ritos do Código de Processo Ético-Profissional.

Quanto ao caso de 2020, o Cremerj não tinha conhecimento do caso. Informado pela imprensa, nesta quarta-feira, 16), o Cremerj informa que está abrindo uma sindicância para apurar os fatos.

Sobre a consulta de profissionais inscritos no Cremerj, a mesma é pública e pode ser feita pelo site: https://www.cremerj.org.br/ , na área Encontre um Médico, com nome ou CRM do profissional."

Matéria atualizada às 19h27 para inclusão de nota do Cremerj.