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Política

TRE-RJ conclui processo eleitoral com diplomação dos eleitos

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 15/12/2014 - 18:20
Rio de Janeiro

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) diplomou hoje (15) os candidatos eleitos este ano. Com isso, o tribunal encerrou o processo eleitoral e declarou oficialmente o nome do governador, do vice-governador, do senador e dos deputados federais e estaduais que exercerão o próximo mandato (2015-2018), além dos suplentes. A cerimônia ocorreu no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Em discurso, o presidente do TRE-RJ, Bernardo Garcez Neto, pediu que os deputados se preocupem em fazer leis que possam sair do papel. “Essa é a minha única recomendação: legislem a favor do povo, mas fazendo leis aplicáveis, para não permitir que essas leis, prenhes de boas intenções, sejam depois amaciadas pelo Poder Judiciário, ou tornadas ridículas pela sua não aplicação.”

Ao falar com a imprensa depois do evento, o governador reeleito, Luiz Fernando Pezão, disse que a prioridade para o próximo mandato será a segurança. “É a segurança que está permitindo às empresas e aos centros de pesquisa vir para o Rio, permitindo que o destino das empresas hoje seja o Rio de Janeiro, e que cresçamos. Nós mostramos que existe um caminho na segurança pública. Vamos fortalecer as UPPs [unidades de Polícia Pacificadora], fortalecer os batalhões, criar o batalhão de Nova Iguaçu, o de Itaguaí,  de Araruama. Segurança continua a ser a nossa prioridade”, ressaltou.

Quanto aos secretários, Pezão disse que primeiro vai conversar com quem será substituído, e deve começar a anunciar os novos nomes amanhã. “Tem deputados estaduais e federais, vamos unir o técnico e a política, pessoas que já foram testadas”, adiantou o governador, sem citar ninguém.

Durante a cerimônia, no momento em que o deputado federal mais votado no estado do Rio, Jair Bolsonaro (PPJ), recebia seu diploma, o deputado estadual mais votado, Marcelo Freixo, e outros colegas do PSOL viraram de costas e levantaram cartazes com os dizeres “A violência contra a mulher não pode ter voz no Parlamento”. Segundo Freixo, a manifestação foi feita para reforçar as casas legislativas como espaços da democracia, e não do ódio.

“É importante a diferença, é importante que haja deputados mais conservadores, mais à direita, mais à esquerda – é importante que o Parlamento represente a diversidade da sociedade, mas o Parlamento não pode representar aquilo que ameaça a democracia, porque o Parlamento é fruto da democracia. Então, o discurso de ódio, que leva ao crime, que reproduz e alimenta a violência, seja contra quem for, pela homofobia, pelo racismo, violência contra a mulher, é inaceitável, porque ele contraria a razão de ser do próprio Parlamento”, afirmou.

Após a cerimônia, Bolsonaro disse que não viu o cartaz e se defendeu da polêmica em que se envolveu na semana passada, quando, da tribuna da Câmara dos Deputados, se dirigiu à deputada Maria do Rosário dizendo que não a estupraria porque ela “não merece”.

“Eu não vi o cartaz dele, não, mas aqui não é lugar de colocar melancia no pescoço. A resposta que eu dou para ele: 'deixa de ser palhaço'. Alguém perguntou para a Maria do Rosário porque ela me chamou de estuprador três vezes?", questionou Bolsonaro, afirmando que havia parcialidade com ele e que Maria do Rosário recebeu o que merecia naquele momento. "Eu estava discutindo a questão da maioridade penal no caso do Champinha, que estuprou em rodízio uma jovem de 16 anos e depois a matou. Ela foi lá para defender o Champinha, e ainda me chamou de estuprador, e agora eu sou réu? Lá não é colégio de freira, lá não tem santo, ela não pode ser santa, nem o seu Marcelo 'Frouxo' passar por babaca aqui nesta Casa. Foi o papel que ele fez, de babaca”, reagiu Bolsonaro.

Quanto à possibilidade de cassação do mandato, Bolsonaro disse que não tem medo. “O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde. Eu, se continuar em Brasília, vai ser em pé, se quiserem cassar meu mandato, não estou pedindo isso aí, vou continuar com a minha independência”, acrescentou.


Fonte: TRE-RJ conclui processo eleitoral com diplomação dos eleitos