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Política

Aécio desqualifica pedido de petistas para que seja investigado na Lava Jato

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 19/03/2015 - 20:55
Brasília

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota hoje (19) na qual desqualifica o pedido de investigação contra ele, apresentado por deputados da bancada do PT, em Minas Gerais, à Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo os parlamentares do PT, além dos fatos narrados pelo doleiro Alberto Youssef, em depoimento que faz parte de acordo de delação premiada no processo da Operação Lava Jato, a PGR deve investigar a "Lista de Furnas" – suposto esquema de corrupção que veio à tona em 2006, no qual políticos e partidos teriam recebido dinheiro para "caixa 2" de campanha. Os valores seriam oriundos da empresa estatal Furnas Centrais Elétricas.

 Senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante reunião de líderes da oposição no Senado e na Câmara (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Senador Aécio Neves (PSDB-MG) desqualifica pedido de parlamentares do PT mineiro para que ele seja investigado na Operação Lava JatoMarcelo Camargo/Agência Brasil

Na nota, Aécio Neves diz que a lista “é uma das mais conhecidas fraudes políticas do país, reconhecida como falsa em 2006 pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios”. O senador alega que “não existe uma, mas três listas de Furnas”, e que esse assunto tem sido insistentemente utilizado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) contra ele.

“Em 2011, o PSDB apresentou denúncia contra o deputado petista à PGR e espera que as autoridades investiguem a natureza da relação de Correia com Nilton Monteiro, processado e condenado por falsificação de inúmeros documentos. São muitas as provas da relação entre os dois, que lançam graves suspeitas sobre o parlamentar”, afirma Aécio.

O senador alega ainda que Nilton Monteiro chegou a registrar uma cobrança pública contra o deputado petista, por não ter recebido por serviços prestados meses antes de a Lista de Furnas ser divulgada. Além disso, a Polícia Federal (PF) fez gravações, segundo Aécio Neves, que comprovam que foi o gabinete do deputado que forneceu modelos de assinaturas do diretor de Furnas e de parlamentares para Monteiro. “O deputado Rogério Correia se recusa até hoje a explicar para que contratou os serviços de Nilton Monteiro em 2005, e [se nega] também a esclarecer a natureza dos diálogos gravados pela PF”, conclui o senador.

Aécio Neves foi citado pelo doleiro Alberto Youssef em depoimento na Operação Lava Jato, quando foi quesionado sobre quem seria o operador do PSDB no esquema de corrupção na Petrobras. Youssef respondeu que ouviu do então deputado José Janene, do PP, que a operadora seria uma irmã de Aécio Neves, mas nunca teve contato com ela. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou que os indícios não eram suficientes para a abertura de inquérito contra o senador e pediu o arquivamento das acusações contra ele. O pedido foi deferido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski.