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Política

Youssef nega repasse de recursos a Palocci para campanha de Dilma em 2010

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 11/05/2015 - 13:15
Brasília

Em depoimento prestado hoje (11) à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, no edifício-sede da Justiça Federal em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef informou que o Palácio do Planalto sabia do esquema de financiamento de campanha investigado na Operação Lava Jato. Youssef afirmou ter participado diretamente do financiamento de campanha de políticos do PP, PMDB e PT. O doleiro negou ter repassado recursos para a campanha de Dilma Roussef em 2010.

Sem mencionar boa parte dos nomes, o doleiro disse que os financiamentos de campanha de candidatos do PP foram feitos a pedido do ex-deputado José Janene (PP). Ele acrescentou ter financiado as campanhas dos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), por meio de doação oficial da empreiteira Queiroz Galvão, e Gleisi Hoffmann (PT-PR), a pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Perguntado se o Palácio do Planalto tinha conhecimento do esquema de financiamento de campanha investigado pela Lava Jato, o doleiro disse que ouviu de Paulo Roberto da Costa que, em 2011 e 2012, em meio a problemas envolvendo líderes do PP, Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência da República, o Palácio do Planalto articulou, com apoio dos então ministros Ideli Salvatti e Gilberto Carvalho, a substituição do então líder do PP, deputado Nelson Meurer (PR), pelo deputado Arthur Lira (AL).

O doleiro reiterou informações prestadas durante depoimento à Polícia Federal, segundo as quais ouviu de Paulo Roberto Costa que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou fazer um pagamento para a agência Muranno Marketing, empresa que prestava serviços à Petrobras.

Youssef contou que recebeu de Costa a ordem para que procurasse os dirigentes da Muranno, e que o dinheiro saiu da parte que cabia ao PT e ao PP. Ele confirmou que, a pedido da empresa Toshiba, repassou pessoalmente R$ 400 mil a Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Segundo o doleiro, o assunto nunca foi conversado com o Vaccari Neto. Ainda de acordo com Youssef, o PT recebeu cerca de R$ 800 mil de um total de R$ 1,4 milhão. O restante foi para o PP.

Alberto Youssef também negou que, em 2010, o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, teria pedido R$ 2 milhões da conta do PP para a campanha de Dilma Rousseff, conforme informação anterior de Paulo Roberto da Costa. “Não conheço Palocci e nunca tive contato com nenhum assessor dele. Se alguém operacionalizou esse pagamento, não fui eu.”

O doleiro negou ter sido mentor das irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato. À CPI, afirmou que foi apenas uma “engrenagem” no processo.

*Com informações da Agência Câmara