Morre ex-deputado Paes de Andrade
Morreu hoje (17), aos 88 anos, o ex-deputado cearense Paes de Andrade, de complicações decorrentes de uma cirurgia no estômago. O corpo será velado no Salão Negro do Congresso Nacional amanhã (18) de manhã.
Na condição de presidente da Câmara dos Deputados entre 1989 e 1991, Paes de Andrade assumiu a Presidência da República diversas vezes. Foi deputado entre 1963 e 1999 e também embaixador do Brasil em Portugal.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota de pesar pela morte do ex-deputado. Na nota, Renan diz que Paes de Andrade foi um dos melhores quadros de seu partido, o PMDB.
“Antônio Paes de Andrade dedicou a maior parte de seus 88 anos de vida à melhor maneira de fazer política. Prova disso foi a confiança que os cearenses demonstraram em sua figura nas urnas, elegendo Paes de Andrade inúmeras vezes desde 1963”, diz o texto.
Diversos senadores expressaram pesar pela morte do ex-deputado e condolências à família na sessão de hoje do Senado. O senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL) lembrou que conversava quase diariamente com Paes de Andrade quando era presidente da República e ele, presidente da Câmara.
“A Paes de Andrade devo muito, como pessoa, como então presidente da República, porque ele, em sua sabedoria, na sua forma de ser, coincidia perfeitamente com os interesses que todos tínhamos à época, e nos animávamos, com o início do processo democrático, com a eleição do primeiro presidente da República eleito pelo voto direto, depois do período militar”, declarou.
Cearense como o homenageado, o senador Tasso Jereissati (PSDB) disse que Paes de Andrade foi um dos maiores líderes políticos do Ceará. “Soube, em todos os momentos, honrar a vida pública e o povo cearense, seja na oposição, seja no velho PSD, seja no MDB, sendo talvez uma das duas ou três figuras mais importantes da resistência democrática à ditadura militar”, afirmou Jereissati.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ressaltou a firmeza democrática do ex-deputado e sua luta contra a ditadura militar. “Eu tinha, por Paes de Andrade, um enorme apreço. Um apreço com base em suas virtudes: um homem culto, de grande cultura jurídica, de grande cultura histórica. Paes de Andrade integrava a ala dos emedebistas mais intransigentes na luta pela democracia.”