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Política

TV digital vai aumentar audiência de emissoras públicas, diz presidente da EBC

Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil
Publicada em 02/06/2015 - 14:23
 - Atualizada em 02/06/2015 - 21:18
Brasília
O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve e o Sr. Rodrigo Zerbone Louciro (GIRED), participam do debate sobre a migração digital no Senado (Antônio Cruz/Agência Brasil)
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Diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, debate implantação da TV digital, em comissão do SenadoAntônio Cruz/Agência Brasil

A implementação da TV digital no país possibilitará que as TVs públicas do Brasil, atualmente com baixa audiência, atinjam um “novo patamar” e passem a disputar espaço com as TVs privadas, disse hoje (2) o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, durante audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.

Durante o encontro, que debateu a transição do sistema de TV analógico para o digital, Breve argumentou que a implementação do sinal digital vai possibilitar responder ao questionamento: se a baixa audiência dos canais de TV públicos ocorre pela qualidade da programação ou porque a população não os conhece.

“A gente tem percebido, a partir das nossas parceiras e dos canais próprios, que, quando conseguimos resolver problemas de qualidade do sinal, a audiência aumenta e muito. Na medida em que a TV pública possa ser mais conhecida, competindo com as demais TVs comerciais no processo de digitalização, acreditamos que a audiência tende a aumentar bastante”, disse Breve.

“Acho que, se conseguirmos viabilizar [a universalização do sinal digital], nos próximos quatro, cinco anos, estaremos disputando a quarta posição entre as emissoras de mais audiência na televisão”, acrescentou o presidente da EBC.

Os participantes da audiência também falaram sobre a importância de buscar alternativas para permitir a interatividade aos beneficiários do Bolsa Família, que receberão de graça o aparelho conversor para o sinal digital. Criado para definir como será a transição de um sistema para o outro, o Grupo de Implantação da Digitalização da TV (Gired), coordenado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), optou por um modelo de conversor sem o chamado canal de retorno – que possibilita a interatividade da TV digital. Uma das condicionantes para o desligamento do sinal analógico é a distribuição de conversores para os inscritos no programa - tarefa que cabe à Anatel.

Breve afirmou que está negociando com as empresas de telefonia para que o custo do canal de retorno seja bancado pelo setor. Isso, segundo ele, poderia ser feito por meio da Contribuição de Fomento à Radiodifusão Pública, instituída pela Lei nº 11.652/08, e atualmente em disputa judicial. “O canal de retorno é fundamental para que tenhamos a resposta do cidadão em relação aos programas de interatividade que pretendemos colocar à disposição. Há interesse das empresas de telecomunicação [nessa interatividade] e queremos negociar com elas a possibilidade - em elas retirando a ação judicial que obstruiu o nosso acesso à Contribuição de Fomento à Radiodifusão Pública - [de que] possamos tornar possível viabilizar o canal de retorno”, argumentou o presidente da EBC.

Pela lei, as empresas de telecomunicações têm que destinar recursos para as emissoras públicas, em especial à EBC. Devido à contestação judicial movida pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), parte dos recursos ainda está bloqueada.

Durante a audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone Loureiro confirmou que o conversor que será distribuído a 14 milhões de famílias do Bolsa Família não tem o canal de retorno. Segundo ele, o mecanismo terá que ser viabilizado por meio de uma conexão externa com a internet.

Também participaram da audiência o presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Luiz Claudio Costa; o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Emiliano José; o diretor da Entidade Administradora do Processo de Redistribuição e Digitalização dos Canais de TV e RTV (EAD), Antônio Carlos Martelleto; e o diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luis Roberto Antonik.

*Matéria atualizada para esclarecimento de informações