Troca de liderança do PMDB não favorece impeachment, avalia Berzoini

Publicado em 09/12/2015 - 18:06 Por Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil - Brasília

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, disse, nesta quarta-feira (9), não acreditar que a destituição do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), seja um sinal do partido de que inicia um movimento em prol do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

De acordo com Berzoini, o governo respeita os processos internos de cada partido e sabe que há divergências dentro do PMDB. "Não vemos nenhum motivo para que essa turbulência possa significar algo mais duro e pesado em relação ao PMDB com o governo", disse.

Nesta manhã, um grupo de 35 peemedebistas contrários ao governo protocolou na Mesa Diretora da Câmara o pedido para que o deputado Leonardo Quintão (MG) assuma a vaga.

Ricardo Berzoini conversou com jornalistas após participar de um evento no Palácio do Planalto. Na opinião dele, não há legalidade na votação secreta de ontem que elegeu uma chapa avulsa para a comissão especial que vai analisar o processo de impeachment.

"Eu não concordo com os procedimentos e disse isso aos líderes. Não há razão para acreditarmos em chapa avulsa quando lemos o texto da lei e conhecemos o funcionamento do Congresso, especialmente da Câmara", disse.

Sobre o resultado da votação, que representou uma derrota para o governo por 272 votos a 199, Berzoini disse que não há razão para avaliar resultados isolados mas esta é uma "luta importante" a ser travada. Segundo o ministro, a legalidade é fundamental em qualquer trâmite dos Três Poderes.

"Vamos valorizar os 199 votos que tivemos e trabalhar para que eles cresçam a partir do legítimo debate político sobre a natureza desse assunto", disse.

Na opinião do ministro, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma atitude de "cautela" ao suspender a tramitação do processo de impeachment até a próxima quarta-feira (16), quando o plenário da Corte vai analisar tanto a sessão de ontem quanto o rito do procedimento.

"O governo espera que o STF acompanhe, a partir das provocações que receber dos partidos políticos, ou de qualquer outro interessado, com bastante atenção o processo e que tome as decisões para assegurar um rito que respeite a lei e a Constituição Federal", disse.

Edição: Fábio Massalli

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