logo Agência Brasil
Política

Moro mantém depoimento de Dirceu para amanhã em Curitiba

André Richter - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/01/2016 - 14:30
Brasília
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu após assinar na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal o termo que autoriza a cumprir prisão no regime aberto (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O juiz federal Sergio Moro manteve para amanhã (29), às 14h, na sede da Justiça Federal, em Curitiba, o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na ação penal que ele responde na Operação Lava Jato.

Moro negou pedido da defesa de Dirceu para adiar a oitiva até que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque finalize as negociações sobre o acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal, que comanda as investigações.

O juiz explicou que os advogados não têm direito de saber se o acordo de delação está em curso. Além disso, Moro afirmou que não há previsão legal para adiar o depoimento antes de declarações de delatores.

A defesa afirmou que José Dirceu não vai ficar calado durante o depoimento e que vai esclarecer todos os fatos imputados a ele. No entanto, os advogados argumentaram que a fase de oitivas terminará amanhã e, dessa forma, o depoimento deveria ser feito após Dirceu tomar conhecimento prévio de todos os fatos imputados a ele, inclusive por delatores.

José Dirceu e mais 15 investigados foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A acusação contra o ex-ministro se baseou nas afirmações de Milton Pascowitch, em depoimento de delação premiada.

O delator disse que fez pagamentos em favor de Dirceu e Fernando Moura, empresário ligado ao ex-ministro. Segundo os procuradores, o dinheiro saiu de contratos entre a empreiteira Engevix e a Petrobras.

Dirceu está preso preventivamente desde agosto do ano passado em um presídio em Curitiba. A defesa do ex-ministro afirma que a denúncia é inepta, por falta de provas. De acordo com os advogados, a acusação foi formada apenas com declarações de investigados que firmaram acordos de delação premiada.