Vice-presidenta argentina diz que não discutiu assuntos internos com Dilma

Publicado em 23/02/2016 - 19:55 Por Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Em reunião hoje (23) com a presidenta Dilma Rousseff, a vice-presidenta da Argentina, Gabriela Michetti, disse que se discutiu sobre a continuidade de alguns temas da agenda regional e entre os dois países, além da retomada de outros debates.

Gabriela Michetti evitou, no entanto, discutir assuntos internos do Brasil e de nações vizinhas, e afirmou que ela e o presidente Maurício Macri, que assumiram em dezembro, ainda estão tomando conhecimento da situação do país.

De acordo com Gabriella Michetti, os temas políticos da região não foram tratados por ela e Dilma. "Falamos de muitos temas da integração que foram, muito mais, de um tema econômico-comercial, não tanto os temas políticos. Nós começamos uma gestão, comentamos sobre essa problemática que tem hoje o país de encontrar-se com um deficit significativo", disse.

Ao conversar com jornalistas após a reunião, porém, Michetto disse que a postura da Argentina continua clara em relação à Venezuela, de não interferir nos assuntos internos, mas de reiterar posição contrária à violação de direitos humanos, pois este, segundo ela, é um tema sensível aos argentinos.

Mais cedo, Gabriela Michetti foi recebida pelo vice-presidente Michel Temer no Palácio Itamaraty. À tarde, ela se reuniu com o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB. Ela disse que saudou o senador mas não aprofundou nenhum assunto com ele, pois foi um encontro muito rápido, de apenas alguns minutos.

A vice afirmou que não discutiu com Dilma nem com Aécio o processo de impeachment da presidenta na Câmara dos Deputados e não se quis aprofundar nas opiniões sobre o tema, mas ofereceu ajuda no que for necessário.

"Tem que ser muito cuidadoso com isso, não me parecia correto plantar à presidente uma situação à qual eu não tenho muito para dizer-lhe. Quero dizer que o governo argentino está disposto a ajudar e disponível para o que haja falta. Todos os demais, são política interna do Brasil e não temos nada a dizer a respeito. Se dissermos algo, estaremos faltando a nossa vocação de sermos humildes e não soberbos", disse.

Edição: Fábio Massalli

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