Após sete horas, comissão ouve leitura de dois pareceres sobre impeachment

Publicado em 02/08/2016 - 20:42 Por Mariana Jungmann – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O relator, senador Antônio Anastasia, durante sessão da Comissão Especial do Impeachment para a apresentação e leitura do relatório final sobre o pedido de impeachment da presidenta afastada Dilma Rous

Parecer de Antonio Anastasia é favorável ao afastamento de Dilma Rousseff  Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os membros da Comissão Processante do Impeachment concluíram, após cerca de sete horas, a reunião de hoje (2) destinada à leitura do parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e do voto em separado apresentado pelos senadores que apoiam a presidenta afastada Dilma Rousseff.

Anastasia levou aproximadamente quatro horas para ler seu parecer, favorável à pronúncia e cassação definitiva do mandato de Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Para ele, a crise econômica que o país vive é fruto de atos irresponsáveis da presidenta, por ação direta ou omissão em situações que dependiam de seu comando.

Os senadores suspenderam a reunião durante um período para abertura da ordem do dia no plenário do Senado, mas o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), cancelou as sessões deliberativas desta semana em razão dos trabalhos da comissão e da sessão conjunta do Congresso Nacional marcada para hoje.

Na retomada da reunião, os senadores que apoiam a presidenta Dilma apresentaram um voto em separado, que foi lido alternadamente pelas senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Kátia Abreu (PMDB-TO). Eles pedem a absolvição de Dilma e consideram que, ao contrário do que é alegado no relatório de Anastasia, a fase de instrução processual provou que a presidenta afastada é inocente das acusações de crime de responsabilidade.

Os senadores pró-Dilma questionam ainda a legitimidade do processo, em razão de alegado vício de origem no momento em que a denúncia foi acatada pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e argumentam que o relator do caso deveria ter sido considerado impedido por estar ligado a partido que era oposição ao governo.

Amanhã (3) de manhã, os senadores voltam a se reunir para discutir os dois pareceres. A votação dos relatórios na comissão está marcada para quinta-feira (4) e para o plenário, na fase de pronúncia, para a próxima terça-feira (9).

Senadores e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski, ainda discutem se a data do julgamento final será marcada para os dias 25, 26 ou 29 deste mês.

Edição: Nádia Franco

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