Abertura da América do Sul pautará visita de presidente da Argentina ao Brasil

Um dos principais temas discutidos será a redução das barreiras do

Publicado em 03/02/2017 - 15:31 Por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O subsecretário-geral da América Latina e Caribe do MRE, embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, fala sobre a visita do presidente da Argentina, Mauricio Macri, ao Brasil (José Cruz/Agência Brasil)

Brasília - O embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, subsecretário-geral da América Latina e Caribe do MRE,  disse que a visita do presidente da Argentina, será uma  abertura nas trocas bilaterais e entre os países do Mercosul   (José Cruz/Agência Brasil)José Cruz/Agência Brasil

O presidente da Argentina, Maurício Macri, virá ao Brasil na próxima terça-feira (7) para uma visita de Estado, e um dos principais assuntos na agenda de reuniões com o presidente Michel Temer será uma maior abertura nas trocas bilaterais e entre os países do Mercosul.

A viagem é vista pelo governo brasileiro como uma retribuição à ida de Michel Temer, em outubro, à Argentina, primeiro país da América Latina a ser visitado pelo presidente brasileiro após o peemedebista ter chegado ao Palácio do Planalto, em agosto. O país vizinho é o maior parceiro comercial do Brasil na região. 

Segundo o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, subsecretário-geral para América Latina e Caribe e responsável pelas tratativas em torno da visita de Macri, um dos principais temas discutidos será a redução das barreiras do país vizinho em relação aos automóveis e ao açúcar brasileiros.

“A ideia é que se complete o livre comércio de todos os produtos no Mercosul. Não existe nenhum tema que esteja fora da mesa, inclusive estes como automóveis e açúcar. Durante muito tempo sequer se discutiam esses produtos”, disse Estivallet, em entrevista coletiva no Itamaraty, em Brasília.

Para Estivallet, o contexto político vivido nos dois países favorece a assinatura de acordos bilaterais. “É um momento de coincidência de percepções entre os dois governos em relação à forma como se organiza uma economia, ao tipo de mudança que se tem que fazer para retomar o crescimento”, destacou o embaixador.

Assim como o governo de Michel Temer no Brasil, desde que chegou ao poder na Argentina, em 2015, Macri vem promovendo reformas em diversos setores da economia, incluindo nos regimes fiscais e na previdência. As mudanças nem sempre são populares, e ambos os governantes enfrentam índices de popularidade em queda.

União Europeia

Estivallet disse ser possível que os presidentes de ambos os países façam algum anúncio relacionado a um acordo entre União Europeia e o Mercosul, negociado há pelo menos dez anos sem que se tenha chegado a consenso.

Segundo ele, finalmente os países que integram o Mercosul convergiram em pontos-chave para um acordo com a UE, que pode estar próximo de ser firmado.

“É claro que não basta a vontade do Brasil, da Argentina,  do Uruguai e do Paraguai para concluir esse acordo, é necessário que a União Europeia também demonstre essa vontade não apenas declarada, mas de fazer as concessões necessárias para a conclusão do acordo”, disse Estivallet. 

Cronograma

Macri virá ao Brasil acompanhado dos ministros da Fazenda, da Produção e da Agroindústria, bem como governadores e parlamentares argentinos. Ele chegará por volta das 9h da próxima terça-feira e seguirá diretamente para uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, onde está previsto um pronunciamento conjunto à imprensa.

Depois, está marcado um almoço no Itamaraty, antes que o presidente argentino visite os presidentes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), como demanda o protocolo em torno de uma visita de Estado oficial. Macri deve retornar a Buenos Aires no fim da tarde. 

Edição: Valéria Aguiar

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