Comissão de Ética pede explicações a Segóvia; ex-vice da Caixa é absolvida

Publicado em 19/02/2018 - 22:10 Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República abriu prazo para que o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, dê explicações a respeito da entrevista dada à Agência Reuters na semana passada. Na entrevista, Segovia disse que, no inquérito em que Temer e outros acusados são investigados pela PF, com autorização do ministro Barroso, os “indícios são muito frágeis” e sugeriu que o inquérito “pode até concluir que não houve crime”.

Segóvia tem dez dias corridos, a contar de hoje (19), para apresentar defesa. “A tramitação do processo se deu de maneira a abrir um prazo de 10 dias para que Segóvia possa oferecer à Comissão de Ética Pública os seus esclarecimentos a respeito de declarações que fez concernentes à investigação em curso na Polícia Federal. Interessa à CEP o tema, uma vez que a conservação de informações privilegiadas é uma das tarefas que incumbe à comissão”, disse o presidente da Comissão, Mauro Menezes. O processo para apurar a conduta de Segóvia foi aberto na última sexta-feira (16).

Caso entenda que houve infração ética por conta de um agente, a comissão pode aplicar desde uma advertência até recomendar a exoneração. A recomendação é feita ao presidente da República. Cabe a ele acolher ou não a recomendação da comissão.

O diretor-geral da PF esteve hoje com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso para se explicar sobre o mesmo assunto. Ao ministro, Segóvia ressaltou que suas declarações foram “distorcidas e mal interpretadas”, que não teve intenção de ameaçar com sanções o delegado responsável pelo caso e também se comprometeu a não dar mais declarações sobre a investigação.

Ex-vice da Caixa

A CEP concluiu hoje o processo  envolvendo a ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias). Ela foi absolvida da acusação de beneficiar a Companhia Energética Minas Gerais (Cemig) em troca de vantagem pessoal. A absolvição se deu por três votos a dois e a comissão analisou apenas uma das acusações que recaem sobre ela.

“Os conselheiros, por maioria, entenderam que a mensagem eletrônica enviada por ela ao virtual presidente da Cemig – ele assumiu três dias depois – não seria suficiente para configurar uma infração ética, não daria margem de que teria havido tráfico de influência. A comissão absolveu em relação a essa acusação. Nós não tratamos dos demais temas que afloraram com investigação interna realizada no âmbito da Caixa”, acrescentou Menezes.

Edição: Davi Oliveira

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