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Política

Miguel Arraes será incluído no Livro dos Heróis da Pátria

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/09/2018 - 14:45
Brasília

O presidente da República em exercício, Dias Toffoli, sancionou hoje (25) o projeto de lei que inscreve no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria o nome do político Miguel Arraes, falecido em agosto de 2005, aos 88 anos. O livro se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Feito em aço, reúne os nomes de homens e mulheres que se destacaram na defesa da liberdade do país.

Político da esquerda brasileira, Arraes iniciou a vida pública em 1947, tendo sido eleito deputado estadual, federal e por três vezes governador de Pernambuco – a primeira de suas eleições com governador foi em 1962, pelo Partido Social Trabalhista (PST), com 47,98% dos votos. Apesar da carreira política em Pernambuco, Arraes era cearense. Considerado defensor intransigente dos pobres, enfrentou usineiros da região no período anterior ao golpe militar.

O político se exilou na Argélia em 1965, após ter sido deposto pelos militares, em 1964. Ficou naquele país por 14 anos, até retornar ao Brasil, beneficiado pela Lei da Anistia. Ele tentou, sem sucesso, exílio também na França e também no Chile. Sua condenação por “crime de subversão”, pelo Conselho Pernambucano de Justiça, ocorreu em março de 1967, quando já estava exilado.

Chamado de Guerreiro do Povo Brasileiro, Miguel Arraes teve um retorno triunfal em 1979, quando foi recepcionado por uma multidão nas principais ruas do Recife. Três anos mais tarde foi eleito deputado federal pelo PMDB.

Arraes deixou o PMDB em 1990 para filiar-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em 1994, foi eleito pela segunda vez governador de Pernambuco mas, ao tentar a reeleição, foi derrotado, só vindo a ocupar novamente cargo público em 2002, quando foi eleito deputado federal.

No Carnaval de 2016, Miguel Arraes foi homenageado pela escola Unidos de Vila Isabel.

Em 13 de agosto de 2005, Miguel Arraes, ainda no exercício do mandato, morreu, aos 88 anos de idade, depois de passar quase dois meses internado.