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Política

PF apreende R$ 2,7 milhões que podiam ser usados em crimes eleitorais

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/10/2018 - 15:15
Brasília

Mais de R$ 2,7 milhões em dinheiro, bens e substâncias entorpecentes foram apreendidos em posse de pessoas suspeitas de estarem praticando crime eleitoral. O montante foi apreendido entre o início do mês, quando começou a funcionar o Centro Integrado de Comando e Controle das Eleições Gerais, e a manhã de hoje (23).

Segundo o coordenador-geral de Defesa Institucional da PF, delegado Thiago Hauptmann Borelli, só em dinheiro foram apreendidos mais de R$ 1,5 milhão. A maior apreensão ocorreu em Tocantins, onde, no último dia 2, policiais militares encontraram R$ 1,2 milhão em um táxi abordado próximo à capital, Palmas. Outros R$ 500 mil foram apreendidos em Araguaína, também em Tocantins.

“Ainda não é possível determinar que este dinheiro seria usado para custear campanhas eleitorais ilegalmente, mas há esta suspeita. Pode ser lavagem de dinheiro. São casos recentes que ainda estão sendo apurados”, declarou o delegado Borelli, informando que, desde o início de outubro, foram instaurados mais de 2 mil inquéritos policiais para investigar suspeitas de crimes eleitorais. As denúncias mais frequentes dizem respeito à possível compra de votos; falsidade ideológica e boca de urna.

Coordenado pela Polícia Federal (PF), o centro integrado funciona em Brasília e congrega os esforços de 14 órgãos públicos federais que atuam para coibir infrações eleitorais e assegurar o equilíbrio nas eleições. Entre eles estão o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Secretaria Nacional de Segurança Pública, o Ministério da Defesa, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e outros. A forma de atuação é semelhante à adotada durante os grandes eventos ocorridos no Brasil entre os anos de 2013 a 2016, integrando diversas instituições públicas a fim de reduzir o tempo de resposta em casos que exijam agilidade na reação.

Reativação

Desativado após a conclusão do primeiro turno da eleição geral, realizada no último dia 7, o centro integrado coordenado pela PF voltou a operar hoje e funcionará até o próximo dia 28, quando acontece o segundo turno.

Durante a manhã, visitaram o local o Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ogg Fernandes. A jornalistas, Jungmann disse que a retomada das atividades do centro contribuirá para que a PF execute o papel de polícia judiciária eleitoral, agindo com maior rapidez para investigar e coibir inclusive a propagação da mentiras e boatos na internet.

“Não existe anonimato nas redes sociais”, disse o ministro ao se referir sobre as chamadas fake news, uma das ameaças que têm preocupado autoridades e especialistas no processo eleitoral. “Muitas vezes, a pessoa que está nas redes tem um sentimento de impunidade, achando que não será localizado. Quero lembrar que a PF tem tecnologia, equipamento e recursos humanos para, se necessário, localizar qualquer internauta, no Brasil e no exterior”, acrescentou Jungmann, lembrando que há penas para punir várias situações que possam ser criadas por meio digital com o propósito de prejudicar o bom andamento das eleições.

“Quem cria uma notícia falsa para provocar desassossego, intranquilidade, comoção ou atacar os poderes e autoridades da República comete um crime. Se solicitada pela Justiça Eleitoral, a Polícia Federal vai investigar e chegar aos responsáveis”, afirmou o ministro, voltando a destacar a apreensão de valores como um indício da capacidade investigativa da Polícia Federal e revelando esperar um segundo turno tranquilo.

"Em termos de ordem pública, a tranquilidade do pleito foi inquestionável. Em um eleitorado de 147 milhões de pessoas, tivemos menos de 3 mil ocorrências. Isso é um sintoma da tranquilidade, da maturidade elogiável do povo brasileiro", concluiu Jungmann.