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Política

Candidato Lula defende função social de bancos públicos

Ele defendeu criar um ministério para micro e pequenos empreendimentos
Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 17/08/2022 - 14:39
 - Atualizado em 17/08/2022 - 16:43
São Paulo
Encontro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-governador Geraldo Alckmin com empresários e empresárias de micro e pequenas empresas no Novotel Jaraguá.
© Rovena Rosa/Agência Brasil

O candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu hoje (17) que os bancos públicos renegociem as dívidas de pequenos e microempresários adquiridas durante a pandemia. “A gente não pode deixar que vocês morram por causa das dívidas que vocês contraíram por conta da pandemia. Portanto, nós vamos ter que levar muito em conta e muito a sério essa questão da negociação da dívida de vocês”, disse ao discursar em um evento para empreendedores em um hotel na capital paulista.

Para o candidato, é preciso que os bancos públicos façam parte das políticas sociais. “O Banco do Brasil parece bonzinho se tiver orientação governamental. Porque se não tiver orientação, a burocracia do Banco do Brasil pensa como banco privado. É preciso que a gente enquadre o Banco do Brasil”, acrescentou.

Lula ponderou, no entanto, que essa mudança de direção deve acontecer sem causar danos às instituições financeiras. “Nós não queremos que os bancos públicos tenham nenhum prejuízo. Mas nós não queremos que eles tenham os mesmos lucros dos bancos privados. Eles têm que prestar uma função social”, enfatizou.

Essa mudança de orientação também deve ser feita, de acordo com o candidato, em relação ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “O BNDES vai ter que deixar de fazer empréstimo para grandes empresas e vai ter que se dedicar para emprestar para pequenos e médios empresários, para pequenos e médios empreendedores. Porque o restante pode tomar empréstimo em dólar em qualquer lugar, mas o pequeno não tem jeito”, disse.

Na opinião dele, somente a partir de políticas públicas é possível incentivar e tornar os pequenos negócios competitivos. “O cara que quer abrir um bar, uma pizzaria, uma sorveteria, um restaurante, um instituto de beleza, essa gente não tem financiamento. E se pegar financiamento quebra, porque ninguém consegue pagar 14%, 16% ou 20% de juros ao mês. E somente o Estado consegue fazer com que essas coisas aconteçam com muita justiça”, ressaltou.

Além de redefinir as políticas dos bancos públicos, Lula disse que pretende recriar o ministério com foco nos micro e pequenos empreendimentos, assim como estabelecer uma pasta ministerial para atender especificamente os povos indígenas e quilombolas. “Vou criar o Ministério dos Povos Originários para que um índio seja ministro”.

Bolsa Família

Mais cedo, em entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais, Lula disse que pretende, se eleito, recriar o Programa Bolsa Família. “Nós vamos voltar a ter um Bolsa Família mais sério, com cadastro único. Uma coisa responsável, com condicionantes para as pessoas que recebem. Aí, sim, a gente vai poder ter tranquilidade que vai ter o dinheiro necessário para fazer as políticas sociais”, disse.

Segundo o candidato, é preciso dar garantias mínimas de vida a todas as pessoas. “O Estado tem a obrigação de cuidar da sobrevivência dos seus cidadãos”, enfatizou.

Além do auxílio financeiro mensal, Lula disse que é importante acompanhar as famílias em outros aspectos, como saúde e educação, dentro do programa. “É importante que a criança esteja na escola, que esteja vacinada. Se estiver gestante que esteja fazendo todos os exames necessários”, enumerou.

Matéria atualizada às 16h43 para acréscimo de informações de entrevista dada pelo candidato à Rádio Super.