Carnaval de São Paulo começa com Ilu Obá de Min homenageando Lia de Itamaracá
O paulistano deixou os escritórios nessa sexta-feira para aquecer os tambores para o Carnaval que, nos próximos dias, vira o reduto do samba, do axé, do reggae, do rock e do sertanejo.
Carnaval em São Paulo é para todos os ritmos e gostos, e esse ano a prefeitura da cidade aposta que será o maior do país. A expectativa de público para o Carnaval é de 15 milhões de foliões, que vão tomar as ruas da cidade atrás de blocos, bloquinhos e megablocos. Ao todo são 678 grupos oficiais, sem contar os blocos que não registram o espetáculo, os chamados blocos clandestinos.
Além do Carnaval de rua, tem também as escolas de samba. Quem inaugura o sambódromo do Anhembi é a Barroca Zona Sul e, até o raiar o dia, sete escolas vão atravessar a avenida. Incluindo a campeã do ano passado, a Mancha Verde. Neste sábado, outras 7 escolas também do grupo especial tomam a avenida.
Mas como já faz parte da tradição, quem abre o carnaval é o bloco Ilu Obá de Min, expressão em iorubá que significa mãos femininas que tocam para o rei Xangô.
O bloco que bebe nas raízes africanas é formado por 450 mulheres que assumem os agogôs, alfaias, xequerês e timbês. Homens no bloco, só quatro, que junto com outras mulheres, ocupam o lugar de bailarinos suspensos em pernas de pau gigantes, representando os orixás.
Todo ano, o bloco homenageia uma mulher negra. Esse ano, é Lia de Itamaracá, cirandeira pernambucana de 76 anos que é uma referência na cultura popular brasileira. E ela deixou o Carnaval de Recife para abrir o Carnaval paulistano. O que é praticamente uma benção dando boas-vindas à folia de São Paulo.