Operários da Sapucaí: os artesãos do Norte que "constroem" o carnaval
Quando se fala em carnaval, o que logo vêm à cabeça é a diversão. Porém, para a festa acontecer, muitos profissionais trabalham o ano todo para levar brilho e colorido para a avenida.
Todos esses trabalhadores têm o carnaval como principal fonte de renda e usam a criatividade e o capital intelectual como matéria-prima para suas criações.
Muitos ferreiros e escultores vêm do Norte do país para trabalhar na folia carioca. Eles usam principalmente técnicas de ferro que dão movimento às alegorias e trazem a experiência do Festival de Parintins para a Sapucaí.
Um desses exemplos é o ferreiro Edilson Maciel, que veio do Amazonas. Ele, que tem experiência com a festa dos bois amazônicos, conta que o carnaval carioca é um trabalho desafiador.
A preparação para o carnaval na Sapucaí começa pelos menos seis meses antes e se inicia com a ideia do carnavalesco. Aços e dobradiças são a base das criações, que chegam a pesar toneladas. O ferreiro é responsável pelo movimento das alegorias. Nildo Paris conta detalhes das técnicas empregadas.
O ferreiro Nildo Paris conta ainda que o processo de criação e a transformação dele em enredo acontece em conjunto com o carnavalesco, debatendo ideias e discutindo o que é viável.
Outro profissional fundamental para o bom andamento dos carros alegóricos é o escultor. José Martins conta que o trabalho começa um pouco antes de a estrutura ficar pronta. Ele explica que o primeiro critério para a escolha dos materiais é o financeiro.
Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí acontecem nos dias 11 e 12 de fevereiro.
*Esta reportagem faz parte da série sobre trabalhadores que fazem o carnaval das escolas de samba na Sapucaí. Confira o conteúdo completo:
Diretor de barracão comanda "fábrica" de escolas
Os artesãos do Norte que "constroem" o carnaval