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Direitos Humanos

Brasil abriga mais de 8 mil refugiados

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Danyele Soares
14/09/2015 - 10:17
Brasília

A crise migratória na Europa ganhou repercussão mundial. Cenas de refugiados em barcos lotados, de mulheres e crianças tentando entrar em trens para atravessar fronteiras, chocam o mundo. Mas a realidade de refugiados vai além dos países europeus.


Segundo especialistas, a crise na Europa deve aumentar a procura pelo Brasil como país de refúgio. É o que acredita Marcelo Haydu, diretor Executivo da ONG Instituto de Reintegração do Refugiado. 

 

Segundo dados do Comitê Nacional para Refugiados do Ministério da Justiça, em quatro anos, o número de refugiados reconhecidos no país quase dobrou. Hoje, o Brasil tem 8.400 pessoas reconhecidas nesta situação.


Dessas, mais de 2 mil são da Síria. O Brasil é atualmente o principal destino deles na América Latina.

 

É o caso de Mara Kamis, que veio para cá com os pais, o marido e quatro irmãs para fugir dos conflitos sírios. Eles viajaram mais de dez mil quilômetros e, hoje, moram em Guarulhos, São Paulo.

 

O pai, que tinha uma fábrica, hoje trabalha como pedreiro e o marido, que era cozinheiro, conseguiu emprego no mesmo ramo. Grávida, Mara conta que saiu da Síria para salvar a família.  Mara diz ainda que as irmãs mais novas estão na escola e ela está fazendo pré-Natal.


O acesso a políticas públicas é garantido para os refugiados, segundo o presidente do Comitê Nacional para Refugiados, Beto Vasconcelos. Ele diz também que há uma resolução do órgão que prevê vistos especiais para pessoas afetadas pelos conflitos sírios e que, ainda este mês, o comitê vai avaliar se renova a norma.

 

Ele ainda destaca que aqui há refugiados de vários países, como Colômbia, Angola e República Democrática do Congo. E lamenta que ainda há preconceito com esses estrangeiros e desmente a crença de que a presença dos imigrantes afeta o mercado de trabalho.

 

Segundo dados das Nações Unidas, cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo estão deslocadas por causa de guerras e conflitos. Desses, 20 milhões são refugiados.


São considerados nesta situação aqueles que sofrem perseguição por raça, religião, nacionalidade, opinião política no país de origem ou enfrentam graves violações de direitos humanos.

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