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Direitos Humanos

Entidades cobram rigor na apuração do caso de estupro coletivo no Rio

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Nanna Pôssa
26/05/2016 - 22:12
Rio de Janeiro (RJ)

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro vai acompanhar as investigações sobre estupro coletivo que ocorreu na zona oeste da cidade.

 

O caso ganhou repercussão depois que um vídeo do crime foi postado no twitter na quarta-feira. As imagens que circularam na rede social mostravam uma menina desacordada com órgãos genitais expostos. No próprio vídeo, um homem diz que uns 30 caras teriam abusado da garota.

 

A presidente da comissão, deputada Enfermeira Rejane, do PCdoB pede rigor nas apurações

 

Quem investiga o caso é a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro. Na madrugada desta quinta-feira a adolescente de 16 anos compareceu na cidade da polícia.

 

No depoimento, a jovem disse que no último sábado esteve na casa de um ficante e que depois só lembra de ter acordado no dia seguinte nua e dopada rodeada por homens armados.

 

A vítima passou por exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal, e depois foi encaminhada para o Hospital Municipal Souza Aguiar para ser atendida.

 

A advogada Eloisa Samy Santiago, que levou a adolescente até a polícia, disse que o crime ocorreu na terça-feira e que ela ainda estava dopada quando foi a delegacia.

 

O caso gerou grande indignação. Nas redes sociais, movimentos feministas começaram a organizar protestos. A cientista polícia Priscila Brito, que é militante da articulação de mulheres brasileiras, lembra que a culpa nunca é da vítima e diz que é preciso combater o que chama de cultura do estupros.

 

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro emitiu nota de repúdio ao ato de barbárie cometido contra a moradora de Santa Cruz. A presidente da Comissão Permanente OAB Mulher, Daniela Gusmão, disse que a questão vai ser discutida em audiência pública com advogadas e juízas nesta segunda-feira.

 

O caso começou a ser investigado denúncia ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ). A Ouvidoria do órgão recebeu mais de 800 comunicações relacionadas ao estupro. A conta que inicialmente divulgou o vídeo foi bloqueada do Twitter. No ano passado foram registrados 4887 casos de estupros no estado.

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