Corte Interamericana inicia julgamento sobre morte do jornalista Vladimir Herzog
A Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, iniciou nesta quarta-feira, o julgamento que pretende responsabilizar o estado brasileiro pela prisão, tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog.
Herzog foi intimado e compareceu espontaneamente ao Departamento de Operações de Informação mas, acabou detido por suposta ligação com o partido comunista. Ele morreu nas em dependência do Exército em 25 de outubro de 1975, em São Paulo, durante a ditadura militar.
Na época, era diretor do telejornal Hora da Notícia, veiculado pela TV Cultura, na capital paulista. A expectativa da família é a de que os culpados recebam punição pelo crime, mesmo depois de 42 anos.
Clarice Herzog, viúva do jornalista, foi a primeira testemunha a prestar depoimento. Ela relatou ter contestado, desde o início, a versão de suicídio, apresentada pelos agentes do estado.
O procurador de São Paulo, Marlon Alberto, também será ouvido como testemunha da família. Ele irá contestar o resultado do inquérito militar.
O advogado Alberto Torón, nomeado para defender o estado brasileiro, deve argumentar que a lei da anistia anulou os crimes cometidos durante o regime militar. O resultado do julgamento deve demorar e ainda não tem data para ser divulgado.