O Ministério Público Federal entrou na Justiça contra a nomeação de Ricardo Lopes Dias para o cargo de coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai.
A instituição alega que a indicação esbarra em uma questão de conflito de interesses, incompatibilidade técnica e risco de retrocesso na política voltada às comunidades indígenas; isso porque o nomeado é missionário, vinculado a uma organização voltada à evangelização dos povos indígenas.
Segundo o MPF, a nomeação enfraquece a Fundação Nacional do Índio enquanto instituição já que, para nomear o coordenador, foi necessário alterar o regimento interno da Funai. Antes, apenas servidores de carreira poderiam assumir esse posto.
Por nota, a Funai contestou a postura do Ministério Público Federal. Afirmou se tratar de uma medida intransigente e intolerante. Pontuou a formação acadêmica do nomeado e disse que o ataque acontece pelo fato de Ricardo Lopes Dias ser evangélico.
A Fundação Nacional do Índio ressaltou ainda que a Constituição Federal estabelece os critérios para nomeação de cargos em comissão no Brasil e que todos eles foram respeitados. Por fim, a nota informa que a Advocacia-Geral da União foi acionada para fazer a defesa da medida.