Centenas de etnias protestam contra projetos de lei anti-indígenas
Povos indígenas de centenas de etnias protestaram, nesta segunda-feira (24), em frente ao Congresso Nacional no primeiro dia do 19º Acampamento Terra Livre.
Os indígenas são contra projetos de lei que consideram anti-indigenas, que permitem a mineração em terras ocupadas pelas etnias, legalizam a grilagem de terras ou que tentam legitimar a tese de marco temporal, que se propõe a reconhecer a demarcação de áreas ocupadas pelos povos somente a partir de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.
Presente no protesto, Ariene Susui, do povo Wapichana, de Rondônia, diz que, além das demarcações, a principal demanda dos povos, é preciso cuidar das terras indígenas.
Enquanto acontecia o ato, uma sessão solene era realizada no Congresso Nacional, em homenagem ao Acampamento Terra Livre. Lá, os indígenas reforçaram o pedido de proteção dos povos.
A deputada Celia Xakriabá (PSOL-MG) disse que no Congresso representa a ancestralidade de todos os povos indígenas na luta contra os retrocessos.
Também foi lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas no Congresso Nacional.
Até sexta-feira, cerca de 6 mil indígenas permanecem em Brasília participando da luta que pede a demarcação de terras, fim da violência e pelo enfrentamento do racismo ambiental imposto aos povos originários.
Estão programadas 30 atividades para debater outros temas, como a questão da mulher indígena, LGBT, povos isolados e acesso a políticas públicas.