Levantamento do Observatório Polos de Cidadania da UFMG mostra que a população em situação de rua na capital paulista aumentou em junho. De cerca de 52 mil em maio passou para pouco mais de 53 mil e 400 em junho. No país, o aumento foi maior: de 215 mil em maio subiu para 220 mil em junho.
André Fernandes, coordenador do observatório explicou que há historicamente uma subnotificação dessa população, em torno de 33%. O governo federal quer corrigir isso e implantou, em fevereiro deste ano, o Programa de Fortalecimento Emergencial do Atendimento do Cadastro Único no SUAS - Sistema Único da Assistência Social.
Dessa forma, as prefeituras municipais de todo o país foram incentivadas a realizar um censo mais preciso da população em situação de rua. Resultado: os números desse público cresceram em todo o país.
No caso de São Paulo, em fevereiro, o número dessa população estava em torno de 52 mil. Já em março, cresceu para pouco mais de 53 mil. Houve uma redução em abril e maio, chegando a 52 mil, mas voltou para cerca de 53 mil, em junho.
Procurada para comentar, a prefeitura da cidade de São Paulo informou, em nota, que a pesquisa da UFMG é estática, cumulativa e declaratória. Já o censo da prefeitura, realizado em 2021, contou com minucioso trabalho de campo com 200 profissionais. Naquele ano, a prefeitura registrou 31 mil pessoas em situação de rua.
No entanto, André Fernandes afirmou que a pesquisa da UFMG é realizada com próprios dados de agentes da prefeitura. Ele vão a campo perguntar e registrar os moradores em situação de rua no CadÚnico.
O presidente do movimento estadual que atende essas pessoas, Robson Mendonça, avalia que não há estrutura para acolher todo esse público da capital e que outro fator de dificuldade são as manifestações de setores da sociedade contra a construção de albergues em seus bairros.
A prefeitura afirmou também, na nota, que possui a maior rede sócio-assistencial da América Latina, com 25 mil vagas.