Conselheiros da Petrobras que representam a União decidem deixar cargo
Em meio ao processo da troca do presidente da Petrobras, quatro dos 11 conselheiros de administração decidiram deixar a companhia. Eles são representantes do sócio controlador, ou seja, da União, e preferiram não ser reconduzidos ao cargo, apesar da continuidade ter sido proposta pelo Ministério de Minas e Energia.
Apenas um dos conselheiros deixou explícito que a sua saída se deve às alterações na administração da estatal, com a substituição do atual presidente Roberto Castelo Branco pelo general do Exército Joaquim Silva e Luna.
Omar Carneio da Cunha, ex-presidente da Shell no Brasil, afirmou em um comunicado ao Conselho que a mudança, embora amparada nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão. Disse ainda que sua contribuição à empresa seria fortemente afetada, e sua efetividade reduzida.
Já os conselheiros João Cox Neto e Nivio Ziviani alegaram razões pessoas para não aceitar a recondução, apesar de agradecer o convite.
O quarto membro do colegiado que decidiu se afastar da companhia é o ex-presidente da Embraer Paulo Cesar de Souza e Silva, que apenas pediu para não ser reconduzido e aproveitou seu comunicado para registrar seu respeito e reconhecimento pelo trabalho da Diretoria Executiva, dos funcionários da Petrobras e de seus colegas.
Com a saída, a União vai precisar apontar outros quatro nomes para o conselho, que serão apreciados na mesma Assembleia Geral Extraordinária convocada para a eleição de Silva e Luna, indicado pelo Planalto para dirigir a companhia.
O mandato do atual presidente, Roberto Castelo Branco, se encerra no próximo dia 20 de março, mas a Petrobras ainda não definiu quando ocorrerá a Assembleia.