Dupla jornada e salários menores: realidade que ainda afeta mulheres
![MarcelloCasal Brasília – A economista do Dieese Adalgiza Amaral, apresenta os resultados da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal referentes à mulher no mercado de trabalho (José Cruz/Agência Brasil)](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
A realidade feminina no mercado de trabalho no país continua afetada pela dupla jornada e as desigualdades de gênero, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira (4) pelo IBGE. Em 2019, 54,5% das brasileiras com mais de 15 anos estavam ocupadas, contra 73,7% dos brasileiros.
E o rendimento médio obtido com esse trabalho foi de apenas 77 centavos para elas a cada 1 real recebido por um homem.
Boa parte da explicação está dentro de casa. Em 2019, as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens: mais de 21 horas semanais contra 11 (deles). E essa proporção não tem se alterado significativamente nos últimos anos.
Além de desestimular o trabalho remunerado, isso também impacta nas características da ocupação e na remuneração recebida, de acordo com o pesquisador do IBGE Andre Simões.
A dedicação aos serviços domésticos e de cuidado aumenta para 22 horas no caso das mulheres negras e para mais de 24 entre as que fazem parte dos 20% da população com menores rendimentos, refletindo as dificuldades para terceirizar essas atividades.
A presença de crianças pequenas nas famílias também cria uma disparidade no acesso ao trabalho: enquanto 54,6% das mulheres com filhos menores de 3 anos tinham uma ocupação, essa participação sobe para 67,2% entre aquelas sem crianças nessa faixa etária.
E, entre as mulheres com filhos pequenos que são negras, a taxa cai abaixo dos 50%, como afirma o pesquisador do IBGE.
As desigualdades por cor ou raça também aparecem na análise do trabalho parcial, já que 32,7% das mulheres negras trabalhavam até 30 horas semanais, frente a 26% das brancas. O levantamento do IBGE também encontrou disparidades regionais, com essa proporção chegando a 37,5% no Nordeste e passando de 39% no Norte do país.
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