O número de produtores artesanais de chocolate dobrou nos últimos quatro anos no país. E, apesar da pandemia, o faturamento de 42% dessas empresas foi maior em 2020 do que em 2019.
Esses dados são de estudo realizado pelo Sebrae, em parceria com a Associação Bean to Bar Brasil, o primeiro a traçar o perfil dos pequenos negócios do ramo.
A pesquisa mapeou 118 negócios artesanais de chocolate, a maioria utilizando cacau do sul da Bahia e com capacidade de produção de até 100 kg por mês. As mulheres são maioria entre os empreendedores desse mercado; 80% deles possuem nível superior completo e 84% já realizaram cursos relativo ao setor de chocolate e de cacau.
O estudo analisou os empreendedores “Bean to Bar”, aqueles que compram as sementes de cacau para produzir o chocolate; e os “Tree to Bar”, que são aqueles que produzem o cacau e o próprio chocolate.
O analista de Competitividade do Sebrae, Luiz Rebelatto, explica que o grande diferencial desses produtos está na matéria-prima. Ele destaca os principais fatores que têm feito esse mercado crescer. Segundo ele, existe um perfil de consumidor que já vinha aumentando o interesse nesse mercado, o aumento do e-commerce durante a pandemia e novas especializações do ramo de chocolates .
O empresário Rogério Kamei, dono da Mestiço Chocolate, que fica em São Paulo, começou a trabalhar no ramo para tentar agregar valor ao cacau produzido na fazenda da família, que fica na Bahia. Ele destaca a qualidade dos chocolates com o máximo de pureza.
Os chocolates em barra, os nibs de cacau e os bombons são os principais produtos produzidos nesse mercado. E em geral, com concentração de cacau mais alta entre 70% e 89%. A maior parte dos negócios fatura até R$ 81 mil por ano.
*Com produção de Renato Lima.