O povo Paiter Suruí e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) assinaram um termo de cooperação para desenvolver cursos de ensino superior na área indígena Sete de Setembro, no município de Cacoal, em Rondônia.
A intenção, futuramente, é fundar uma universidade indígena, mas a partir de 2017 os Suruí já esperam ter acesso a alguns cursos superiores.
Diversas atividades programadas para o mês de agosto deste ano serão realizadas com os índios e professores da universidade. A partir destes encontros serão estabelecidas as bases para os cursos. A intenção é oferecer cerca de 15 formações, entre elas, gestão ambiental, biologia, administração e direito.
Para o líder Almir Suruí, uma universidade dentro do território vai contribuir para que o conhecimento adquirido seja aplicado para o próprio povo. Ele espera que outras instituições também ofereçam essas parcerias.
Sonora: "A gente tá feliz. Espero que outras universidades também busquem esse exemplo da Unicamp. Essa universidade vai ajudar que a gente conserve e respeite a nossa cultura."
A ideia de criar uma Universidade Indígena no território Suruí surgiu a partir seminários realizados pelo Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp, no ano passado. A coordenadora do Centro, professora Ítala D'Ottaviano, reforça a valorização cultural de cada povo, a partir da iniciativa.
Sonora: "Do ponto de vista do país, das nossas comunidades indígenas, esse trabalho é muito interessante porque ele poderá, ele visa valorizar línguas e culturas locais do país de maneira reflexiva, colocando a reflexão acadêmica."
Os cursos, inicialmente, serão ministrados no Centro de Formação Suruí, até a construção de uma sede para a universidade. De acordo com o líder Almir Suruí, indígenas e não indígenas poderão cursar as faculdades.