Combate à violência contra a mulher entra para currículo escolar
A prevenção da violência contra a mulher passou a integrar os currículos da educação básica. Essa determinação está em lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro na última semana.
A norma, que tem origem em projeto do senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, também Institui a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, a ser realizada todos os anos, no mês de março, em escolas das redes pública e privada de educação infantil, ensino fundamental e médio.
O desenvolvimento de estratégias de enfrentamento às diversas formas de violência contra a mulher como conteúdo transversal visa conscientizar sobre os impactos e as consequências da violência contra mulher na sociedade, destaca a Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto.
Segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, somente no primeiro semestre deste ano foram registradas mais de 34 mil denúncias de violência contra a mulher, somando violência doméstica e familiar a outros tipos de violência de gênero, totalizando mais de 156 mil violações.
A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Catarina Santos, destaca que o debate da violência contra a mulher em contexto escolar precisa considerar que essa violência muitas vezes parte do não respeito à mulher como sujeito, do machismo e das desigualdades raciais, sociais e de gênero.
A nova lei também objetiva expandir o projeto Maria da Penha vai à escola, realizado em parceria com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Ainda este mês será iniciada capacitação de gestores do estado do Acre, que vão replicar os conhecimentos em sala de aula.
Vale lembrar que o Disque 100 e o Ligue 180 são gratuitos para denúncias de violações de direitos humanos e de violência contra a mulher e funcionam 24 horas, incluindo sábados, domingos e feriados.