Frente Estadual Escola sem Mordaça é lançada no Rio

O Dia dos Professores foi a data escolhida par ao lançamento da Frente Estadual Escola sem Mordaça no Rio de Janeiro. O grupo reúne entidades sindicais, movimentos sociais, estudantis, professores e pais que são contra o projeto Escola sem Partido e a reforma do ensino médio.

Com faixas e intervenções artísticas, a Frente foi lançada com um ato na Avenida Atlântica, em Copacabana, Zona Sul da cidade neste sábado (16).

A diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, Suzana Gutierrez afirma que o projeto escola sem partido impede a autonomia pedagógica

Sonora: “Quem defende a escola sem partido defende a escola de um partido só. A escola é um espaço de pluralidade de ideias, aonde você avança no conhecimento, constrói uma nova sociedade. Então ela tem que abarcar a pluralidade de ideias, não pode ser a escola de um pensamento único, que é o que tenta fazer esse projeto”.

O presidente da União Estadual de Estudantes (UEE), Leonardo Guimarães, defende que as universidades também pensem nos modelos de escolas.

Sonora: “Vários projetos de lei nas câmaras municipais, nas assembleias legislativas e no Congresso Nacional que visam criminalizar não só a profissão docente, mas também o entendimento que a escola é um espaço de reflexão, de pensamento crítico. Eu acho que modelos de escola como esse precisam ser debatidos dentro da universidade, a universidade precisa pensar qual é o modelo de escola que é importante para o desenvolvimento do nosso país”.

Estudantes, responsáveis e funcionários do colégio federal Pedro II, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro, também participaram do ato.

A lei de escola sem partido divide os pais e responsáveis. No início do mês, um grupo promoveu ato a favor da lei e contra o que eles chamam de ideologia de gênero.

Por outro lado, pais contrários à escola sem partido se uniram hoje à Frente Escola sem Mordaça. Mãe de aluna do nono ano, Cláudia Souza é representantes de pais no Conselho Superior do Colégio e defende que os professores tenham autonomia

No começo do mês, após a denúncia de um pai, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) recomendou a retirada de cartazes com a inscrição “Fora Temer”. O sindicato dos servidores chamou a medida de censura e vai promover um ato na frente do Ministério Público na próxima quarta-feira (19).