Apesar de todas as mudanças demográficas ocorridas no Brasil nos últimos anos, um cenário alarmante permanece inalterado: a grande quantidade de homens que morrem na juventude de causas violentas. Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE mostram que 33% das pessoas que morreram de causas como acidentes de carro ou homicídio em 2015 eram do sexo masculino e tinham entre 15 e 29 anos.
Eem números absolutos foram 38 mil óbitos, o que corresponde a quase 6% do total de mortes registradas entre homens no brasil no ano passado. O pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque ressalta que essas mortes se dão por atos de violência, mas também por acidentes de trânsito e têm sido predominantes em todas as regiões brasileiras.
Considerando as mortes ocorridas em todos os grupos etários, os óbitos violentos incidem cinco vezes mais sobre os homens do que sobre as mulheres. Já entre os 15 e os 29 anos, essa proporção dobra e dez vezes mais homens morreram por razão violenta em 2015. Como consequência, muito mais mulheres viveram até os 80 anos ou mais.
Apesar disso, os padrões demográficos brasileiros seguem mudando, confirmando o envelhecimento da população, as mulheres, por exemplo, tem tido filhos mais tarde e se em 2010 ainda havia um pico de nascimentos de bebês de mães com idades entre 20 e 24 anos, agora a proporção é quase a mesma com relação àqueles nascidos de mães com 25 a 29 anos.
E o IBGE assinala o aumento da representatividade do grupo de mães com 30 a 39.
A mortalidade infantil também continua em queda com a proporção de óbitos de crianças com até um ano de idade passando de 4% em 2005 para 2,5% em 2015. Na faixa até 5 anos, esse percentual caiu de 4,8% para 3% de todas as mortes ocorridas no país.
O IBGE atribui isso à diminuição da taxa de fecundidade das brasileiras, que vem derrubando às taxas de nascimento, mas também à elevação do percentual de domicilios com saneamento básico.