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Agressões e processos contra jornalistas aumentaram no último ano

Violência
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Nanna Pôssa
13/01/2017 - 00:37
Rio de Janeiro

Casos de violência contra jornalistas no Brasil cresceram no último ano. De 2015 para 2016, os registros de agressões passaram de 137 para 161, um aumento de quase 18%.

 

Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (12) pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), no Relatório Anual Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil.

 

Dobraram também as ações judiciais com intenção de cercear o trabalho dos profissionais de imprensa. Em 2015 foram nove casos e em 2016 o número saltou para 18, incluindo três processos que levaram à prisão de quatro jornalistas.

 

Para a presidenta da Fenaj, Maria José Braga, a situação de violência contra jornalistas no país se agravou, indo parar na esfera judicial.

 

Sonora: “Para nós, da Fenaj, essas penas são desmedidas porque o chamado crime de opinião no exercício da profissão tem que ser encarado diferentemente e tem que, de fato, haver uma investigação diferenciada já que o profissional trabalha com interesse público e muitas vezes, claro, desagrada interesses privadas. Pra nós, independentemente dos casos, os crimes de opinião tem que ser tratados no âmbito cível, e não criminal. Quatro jornalistas cumprindo pena de prisão, para nós é muitíssimo preocupante”.

 

Os principais agressores de jornalistas são a Polícia Militar ou guarda municipal, com 1/4 dos casos, seguido de manifestante, com 16%, ambas em contextos de manifestações de rua. Em terceiro lugar vem o que costumava ser o primeiro até 2012: políticos e seus parentes ou assessores, com 10%.

 

Ao todo foram 220 jornalistas agredidos e dois assassinados. Foram mortos Maurício Campos, dono do jornal O Grito, de Santa Luzia (MG), e João Miranda do Carmo, do site SAD sem Censura, de Santo Antônio do Descoberto (GO). O relatório destaca também a demissão de 1,2 mil jornalistas em 2016 e três casos de censura. A presidenta da Fenaj destaca que a violência e principalmente a censura são subnotificadas.

 

Com informações de Akemi Nitahara, da Agência Brasil

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