Há dezenove anos morria no Rio de Janeiro o cantor, compositor e instrumentista Tim Maia, responsável pela introdução do "soul" na música popular brasileira e considerado um dos mais populares artistas brasileiros das últimas décadas.
Sebastião Rodrigues Maia, ou simplesmente Tim Maia, nasceu e foi criado no bairro carioca da Tijuca. Teve uma infância bastante pobre. Caçula de doze irmãos, ainda criança trabalhou como entregador de marmitas para ajudar nas despesas da casa. Aos oito anos já cantava no coral da Igreja.
Ainda pequeno fez contato com outros jovens que viriam a ser grandes cantores, como Jorge Ben Jor e Erasmo Carlos. Em 1957, fundou o grupo The Sputniks, do qual fez parte Roberto Carlos.
Dois anos depois se mudou para os Estados Unidos, onde teve seus primeiros contatos com a "soul music". Na América, acabou preso e deportado por roubo e porte de drogas.
Seu primeiro disco, intitulado Tim Maia, foi gravado em 1970. Neste trabalho destacam-se Azul da Cor do Mar e Primavera, canções que fizeram do disco um dos mais vendidos daquele ano.
O sucesso continuou nos anos seguintes, com o lançamento de músicas como “Não quero dinheiro”, e “Gostava tanto de você”.
Entre 1974 e 1975 fez parte da doutrina Cultural Racional, período em que lançou outros dois discos, sem grande aceitação pelo público.
Desiludido com o movimento religioso, Tim Maia voltou ao seu estilo anterior, retornando às paradas de sucesso com canções como “Descobridor dos Sete Mares” e “Me Dê Motivo”.
Com seu balanço contagiante, recebeu do seu amigo Jorge Ben Jor o apelido de Síndico do Brasil, na música W/Brasil.
O uso constante de drogas e o excesso de peso começaram a prejudicar a sua saúde no início da década de 1990.
Avesso a regime e remédios, morreu após duas paradas cardiorrespiratórias, no dia 15 de março de 1998.
Tim Maia deixou um amplo legado para a Música Popular Brasileira. Entre prêmios e homenagens, destaque para a conquista do Prêmio Sharp, por quatro vezes, na categoria de melhor cantor, e a estátua em sua homenagem, em bronze, inaugurada em junho de 2015, na Tijuca.
Produção: Renato Lima
Sonoplastia: Messias Melo