Operação Urutau é deflagrada para desarticular suposta organização criminosa em Tocantins
A Polícia Federal deflagrou no Tocantins a Operação Urutau, para desarticular uma possível organização criminosa acusada de corrupção e lavagem de dinheiro. Foram expedidos pela Justiça Federal quatro mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, cumpridos pelos agentes em Palmas.
O nome da operação faz referência ao pássaro urutau, conhecido como o rei da camuflagem. No caso em apuração, a camuflagem ocorreria por meio de laranjas e testas-de-ferro para dissimular ou ocultar a origem ilícita dos recursos e a real propriedade de bens e empresas. O valor total dos contratos públicos ligados às empresas desta parte do esquema pode ultrapassar R$ 50 milhões.
A Operação Urutau é uma continuidade das investigações iniciadas em 2016, com a Operação Reis do Gado, que apontam a existência de esquemas de desvio de recursos públicos em gestões anteriores do governo do estado.
Na semana passada, Marcelo Miranda, ex-governador do Tocantins, foi preso. O pai e o irmão do político também foram detidos pela Polícia Federal. Na sexta-feira, o pai saiu da prisão mediante pagamento de fiança. A defesa de Marcelo Miranda e da família nega as acusações e vai entrar com pedido de habeas corpus ainda esta semana.
Os agentes federais afirmam que, mesmo após as primeiras investigações, o grupo ligado ao ex-governador continuou praticando crimes como lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e uso de laranjas para esconder patrimônio. Segundo cálculos dos investigadores, a suposta organização criminosa teria causado prejuízos de mais de R$ 300 milhões aos cofres públicos.