Defensoria quer saber por que trens chineses foram tirados de circulação no Rio
A Defensoria Pública do estado do Rio quer explicações da Supervia sobre a retirada de circulação dos 40 trens de fabricação chinesa.
Nessa segunda-feira (18), no primeiro dia de operação sem as composições, a defensoria enviou um ofício para a concessionária pedindo esclarecimentos sobre as motivações para a retirada de circulação dos trens, o prazo para reestabelecimento da frota e medidas tomadas para informar a população sobre o funcionamento da operação.
A defensoria quer também informações sobre as ações que visam compensar os usuários pelos transtornos causados pela frota reduzida.
A coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública, defensora Patrícia Cardoso, afirmou que já que o serviço está sendo prestado de forma precária, a empresa é obrigada a definir medidas compensatórias, como, por exemplo, o reajuste proporcional do preço das passagens.
A Supervia tem dois dias úteis para responder ao ofício da defensoria, que faz parte de uma investigação aberta sobre a situação.
A Secretaria Estadual de Transportes informou que vai se reunir nesta terça-feira (19) com representantes do consórcio chinês responsável pela fabricação dos trens, a CRRC, e a Supervia, para definir ações para a retomada gradual da circulação das composições.
O governador do Rio, Wilson Witzel, declarou que o governo foi surpreendido pelo comunicado da Supervia e afirmou que a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) está analisando o caso e pode multar a concessionária.
A concessionária explicou que os 40 trens de fabricação chinesa começaram a apresentar falhas nas caixas de tração, fabricadas por um fornecedor alemão.
Ainda segundo a concessionária, um recall vem sendo feito desde novembro do ano passado e, em junho deste ano, novas falhas foram identificadas e a própria fabricante suspendeu o recall até que uma solução fosse encontrada.
Nas duas últimas semanas, o quadro teria se agravado e por isso os trens foram retirados de circulação. Não há, até o momento, previsão de retorno da operação normal.
Os trens foram comprados pelo governo do estado entre 2014 e 2016 e representam 20% da frota da Supervia.





