Em meio à greve dos motoristas, que paralisou o BRT da cidade do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, a Prefeitura publicou o edital para contratar a nova bilhetagem digital do sistema.
De acordo com o prefeito Eduardo Paes, a nova licitação pretende acabar com o que ele classifica de "caixa-preta do BRT carioca", ao permitir que o município controle a arrecadação tarifária e a demanda de passageiros em todas as linhas. Com isso, a expectativa é de que o sistema tenha maior transparência financeira, facilitando o planejamento com dados confiáveis e a melhoria dos serviços.
A nova bilhetagem deve entrar em operação até dezembro e será estendida aos demais coletivos municipais, os ônibus convencionais, vans e VLT, até o final do ano que vem. O sistema digital vai aceitar diversos meios de pagamento, como cartão bancário, QR Code e celular, e também a integração com outros modais.
Vencerá a licitação a empresa que oferecer o maior valor em contrapartida para o município, acima do mínimo de cerca de 5 milhões e 250 mil reais. A nova concessionária poderá operar a bilhetagem por um período de 12 anos, obtendo receitas estimadas em quase 1 bilhão e 250 milhões de reais ao longo desse período, que serão geradas a partir de uma porcentagem em cima da tarifa cobrada dos usuários.
A nova bilhetagem é uma das pernas do tripé anunciado pela Prefeitura para requalificar o sistema do BRT, que tem sido alvo de muitas reclamações nos últimos anos. Há algumas semanas, o município lançou o edital para a compra da primeira leva dos 557 novos ônibus, que vão abastecer os 3 corredores já em operações, e também o corredor Transbrasil, que deve ser inaugurado em dezembro de 2023.
A última ponta do tripé é a licitação para definir a concessionária que vai operar o sistema, que deve ser lançada em junho.