O Tribunal de Contas da União atendeu a uma solicitação do Congresso Nacional para fiscalizar as contratações realizadas pelo Governo Federal com a empresa Combat Armor Defense do Brasil Ltda e com sua filial.
O requerimento vai contribuir com os trabalhos da CPI Mista dos Atos de 8 de janeiro na investigação de possíveis financiamentos que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes.
A empresa Combat Armor, embora tenha sido aberta em março de 2019, teria recebido, a partir de 2021, R$ 33 milhões do Governo Federal, a maior parte de contratos firmados com a Polícia Rodoviária Federal, como aquisição de veículos blindados especiais e proteção balística parcial em viaturas.
Entre as possíveis irregularidades estão: repasses financeiros da Combat Armor a empresas ligadas a agentes públicos envolvidos nos processos de contratação para beneficiar a empresa; possível favorecimento à empresa pelo ex-diretor-geral da PRF e superfaturamento na entrega de veículos blindados com qualidade inferior ao requerido.
Além disso, há indícios de que se trataria de “empresa de papel”, que nunca teria atuado no ramo de blindados, cuja reativação e alteração do contrato social tinham por finalidade tornar possível negócios no Brasil. Em fevereiro de 2019, menos de um mês após a alteração do contrato social da empresa nos Estados Unidos, ela foi registrada no Brasil.
Para apuração de informações e complementação da análise, apesar de já ter iniciado a investigação, o TCU fez diligências no Departamento de Polícia Rodoviária Federal, no Comando da 2ª Região Militar do Exército e em outros órgãos.
O relatório da CPMI do 8 de janeiro apontou corrupção e desvio de finalidade em contratos da Polícia Rodoviária Federal e investigou a compra de blindados fornecidos inclusive pela Combat Armor. O relatório de 1.300 páginas pediu o indiciamento de 61 pessoas.